Igreja/Trabalho: Planeta exige uma mudança comportamental porque «há muito desperdício»

LOC/MTC organizou um seminário internacional sobre o pacto verde e o emprego

Setúbal, 24 out 2023 (Ecclesia) – O coordenador da LOC/MTC, Américo Monteiro, considera que as pessoas têm de “mudar os comportamentos” em relação ao planeta porque “existe muito esbanjamento e desperdício”.

“As pessoas têm de mudar os seus comportamentos, se tal não acontecer vai ser difícil responder a esta grande necessidade da humanidade e do planeta porque existe muito esbanjamento e desperdício”, disse à Agência ECCLESIA Américo Monteiro após o encerramento do seminário internacional “Pacto Verde Europeu e Emprego. Fundo de transição justa. Impacto nas relações laborais e o papel do diálogo social. Economia Circular”.

A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) organizou, em Setúbal, de 19 a 22 deste mês, um seminário onde abordou a questão do pacto verde e do emprego.

Em relação ao futuro, Américo Monteiro está “otimista”, mas os cristãos têm um “papel importante a desempenhar na educação sobre os problemas do planeta”.

Vera Weghmann, da Universidade de Greenwich, apresentou aos participantes uma panorâmica ao nível europeu, sobre a influência e impacto deste pacto no emprego, os desafios e a importância do diálogo social.

“A questão dos resíduos, a economia circular, uma transição justa para que seja possível a criação de empregos, a reciclagem e atenção necessária aos trabalhadores de resíduos foram temas abordados.

“O emprego no setor dos resíduos cresceu, é um setor de mão-de-obra intensiva, no entanto, uma grande parte dos trabalhadores de resíduos são do setor informal e imigrantes e há pouca preocupação com as condições de trabalho, segurança e saúde de quem recolhe e separa os vários resíduos”, lê-se nas conclusões.

Ao reciclar, polui-se “menos”, mas “não resolve” a sustentabilidade do planeta, só reduzindo o consumo e mudando os estilos de vida, apela o coordenador da LOC/MTC.

O Pacto Verde é uma visão de um continente que pretende “ser ecologicamente neutro em 2050”, mas para que esta transição seja “bem-sucedida é necessário que seja uma transição justa, promovendo a requalificação profissional e criando oportunidades de emprego, habitação eficiente em energia e mecanismos contra a pobreza energética, acesso a energia limpa, barata e segura”.

Para os militantes da LOC/MTC tem sido “difícil sair do conceito da economia linear, do extrair-produzir-descartar”.

“A economia circular tem como princípio regenerar a natureza, pois quando o foco deixa de ser a extração e exploração de recursos finitos, degradando continuamente os ecossistemas, a natureza tem espaço para prosperar, a biodiversidade é assegurada e a produtividade dos terrenos agrícolas protegida”, apontam.

Neste mundo ainda existem algumas populações que “não têm acesso ao mínimo indispensável para viver”, lamentam

LFS

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