Igreja/Sociedade: «Temos necessidade de uma política melhor e de políticas melhores» – D. Virgílio Antunes

Diocese de Coimbra promoveu jornada online dedicada à encíclica «Fratelli Tutti»

Coimbra, 19 jan 2021 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra disse hoje, no encerramento da jornada de formação do clero diocesano, em formato online, que é necessário sensibilizar a classe política para a mensagem deixada pelo Papa na encíclica ‘Fratelli Tutti’.

“Temos necessidade de uma política melhor e de políticas melhores”, referiu D. Virgílio Antunes.

A iniciativa, com duas conferências e uma mesa-redonda, analisou a encíclica do Papa que foi publicada no último dia 4 de outubro, sobre a fraternidade e a amizade social.

O bispo de Coimbra deixou um convite ao diálogo e ao debate, a partir do que considerou “um texto a todos os títulos notável”, com “abrangência humana” que chega a todos.

Para o responsável católico, é necessário um “trabalho mais sério e mais profundo em favor da fraternidade humana”, com “paz e justiça para todos”.

As jornadas contaram com uma conferência de Paulo Portas, antigo líder do CDS-PP, para quem a ‘Fratelli Tutti’ é uma encíclica de atualidade “impressionante” e “profundamente contemporânea”, inserindo-se numa longa tradição das encíclicas de “pensamento social e económico” na Igreja Católica.

O comentador destacou a importância de ouvir os apelos do Papa quando este convida a resistir aos “nacionalismos xenófobos” e à imposição de um “modelo cultural único”.

A intervenção citou a passagem da encíclica em que Francisco defende que “os movimentos digitais de ódio e destruição não constituem – como alguns pretendem fazer crer – uma ótima forma de mútua ajuda, mas meras associações contra um inimigo” (42).

Para Paulo Portas, a “manipulação política digital baseia-se no ódio”, na “conflitualidade permanente”.

A conferência inicial esteve a cargo de Juan Ambrósio, professor da Faculdade de Teologia da UCP, que falou sobre ‘A fraternidade como lugar teológico’.

O especialista destacou a importância de viver a fraternidade neste “momento histórico” da pandemia.

“Precisamos de reconhecer a tentação que nos cerca de nos desinteressarmos dos outros, especialmente dos mais frágeis”, apontou.

A jornada incluiu uma mesa-redonda com intervenções sobre “as culturas religiosas em sociedades laicas” (João Maria André), o diálogo inter-religioso (Padre Peter Stilwel) e a “religião como proposta de sentido” (Inês Miranda Santos).

OC

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