Igreja/Sociedade: Francisco reafirma que a «Europa não pode ignorar o Mediterrâneo», antes da viagem ao Chipre e à Grécia

Papa vai às «fontes da fraternidade» e da «humanidade» e espera encontrar-se com todas as pessoas

Cidade do Vaticano, 27 nov 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou que a “Europa não pode ignorar o Mediterrâneo”, numa mensagem para a viagem ao Chipre e da Grécia, que visita de 2 a 6 de dezembro, onde vai às «fontes da fraternidade” e da “humanidade”.

“O mar que viu a difusão do Evangelho e o desenvolvimento de grandes civilizações. O ‘mare nostrum’, que conecta tantas terras, convida-nos a navegar juntos, a não nos dividirmos por caminhos separados, principalmente num momento em que o combate à pandemia ainda exige esforço e a crise climática se avoluma”, disse o Papa no vídeo enviado à Agência ECCLESIA, pela santa de imprensa da Santa Sé.

Francisco afirma que “ainda hoje a Europa não pode ignorar o Mediterrâneo”, o mar que “abraça muitos povos” lembra que a “fonte da convivência reside na aceitação recíproca”.

Neste contexto, revela que se sente “acolhido pelo carinho” por quem está a preparar a sua viagem apostólica ao Chipre e à Grécia, mas pensa também nas pessoas que, nos últimos anos e ainda hoje, “têm fugido da guerra e da pobreza” e não encontram “hospitalidade, mas hostilidade e até exploração”, quando desembarcam nas costas do continente europeu e noutros lugares.

“Hoje o nosso mar, o Mediterrâneo, é um grande cemitério”, sublinha o Papa, adiantando que como peregrino “às fontes da humanidade” vai regressar à ilha de Lesbos, onde esteve a 16 de abril de 2016 e foi ao campo de refugiados, “convencido de que as fontes da vida comum só voltarão a florescer na fraternidade e na integração”.

A viagem apostólica internacional do Papa ao Chipre e à Grécia vai realizar-se de 2 a 6 de dezembro, “magníficas terras, abençoadas pela história, pela cultura e pelo Evangelho”.

Francisco adianta que vai com “alegria”, em nome do Evangelho, e nas pegadas dos primeiros grandes missionários, “especialmente dos Apóstolos Paulo e Barnabé”.

“É bom voltar às origens e é importante para a Igreja redescobrir a alegria do Evangelho”, refere, onde vai estar com os católicos, “reunidos nessas terras em pequenos rebanhos”.

O Papa realça que vai também às “fontes da fraternidade”, que são “tão preciosas” quando se começou um caminho sinodal universal, de revela a “expectativa” em visitar os responsáveis das Igrejas Ortodoxas locais, Sua Beatitude Chrysostomos II, o arcebispo ortodoxo do Chipre, e Sua Beatitudine Ieronymos II, o arcebispo de Atenas e de toda a Grécia, respetivamente dias 3 e 4 de dezembro.

No Chipre, a viagem papal tem por tema ‘Consolai-vos na Fé’, e a imagem gráfica é construída a partir do mapa do Chipre, com o Papa Francisco à esquerda, voltado para São Barnabé, patrono da Ilha, com um ramo de oliveira amarrado a uma espiga, à direita.

Na Grécia, o logotipo representa a Igreja como uma barca “que atravessa águas turbulentas do mundo, com a cruz de Cristo como mastro e o Espírito Santo a inflamar as velas, cuja forma estilizada evoca a figura do Papa”.

Francisco fez até hoje 34 viagens internacionais, nas quais visitou 52 países, passando pelo Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile, Perú, Bélgica, Irlanda, Lituânia, Estónia, Letónia, Panamá, Emirados Árabes Unidos, Marrocos, Bulgária, Macedónia do Norte, Roménia, Moçambique, Madagáscar, Maurícia, Tailândia, Japão, Iraque, Hungria e Eslováquia; as cidades de Estrasburgo (França), onde esteve no Parlamento Europeu e o Conselho da Europa; Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).

CB

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