Igreja/Sociedade: «AnDai-me», o desafio do Seminário Maior de Coimbra, em obras e atento à comunidade (c/vídeo)

Padre Nuno Santos destaca que a instituição é «convidada a estar muitas vezes a discutir as questões da cultura e do pensamento»

Foto: Padre Nuno Santos

Coimbra, 29 jan 2021 (Ecclesia) – O Seminário Maior de Coimbra continuar a celebrar e a promover iniciativas solidárias, em plena pandemia, com a preocupação de “cuidar da comunidade”, referiu o reitor da instituição.

“Atualmente temos uma rubrica que é o ‘anDai-me’. ‘AnDai-me’ porque estamos em obras, e por isso o seminário também quer estar em obras na própria estrutura e no próprio tempo”, disse o padre Nuno Santos, em declarações à Agência ECCLESIA.

No vídeo que é publicado à segunda-feira às 19h00, o reitor do Seminário Maior de Coimbra conversa com uma das pessoas da comunidade, que colabora na celebração da Missa, para “fazer relação entre o Evangelho e a vida concreta”.

“Há muitas coisas que vamos procurando. Este é um tempo de cuidar, reparar, e também acho que é oportuno estarmos nesta hora a cuidar do seminário para que daqui a um tempo, que esperamos que breve para todos, possamos cuidar e mostrar um bocadinho desta casa que é tão bonita”, desenvolveu.

O padre Nuno Santos explica que desde o início da pandemia Covid-19 foi “sempre muito importante” pensar que “nesta casa há vida e tem de ser celebrada e cuidada”, não só para a comunidade interna de 13 pessoas, “12 sacerdotes e um seminarista”, mas também a comunidade que foi “alargando” com a celebração da Missa dominical que é transmitida online.

“Temos não só as pessoas da cidade, mas muitas outras pessoas que nos vão acompanhando fora da cidade e até fora do país e que nos vão pedindo para sermos presença. Temos cuidado a esse nível da liturgia, fazê-lo de uma forma cuidada, ponderada, serena, profunda, e até com alguns elementos culturais inseridos na própria liturgia”, acrescenta, lembrando também a dimensão solidária, com “o último domingo de cada mês dedicado a uma partilha para uma causa”, e partilharam “12 mil e 300 euros com várias causas” em 2020.

O reitor recorda que há quatro anos e meio, o seminário era “uma casa completamente fechada”, sem projetos, o contrário da realidade atual “cheia de vitalidade, que se reestruturou por dentro”, e tem um “campo de atividades pastoral muito alargado”.

“O seminário estava completamente fora da cidade, era um elemento que não contava para a cidade. Neste momento, é um elemento que entra na cidade, convidado a estar muitas vezes a discutir as questões da cultura e do pensamento. Hoje, é claramente um lugar de pensamento e também um lugar de referência, quer da espiritualidade, quer da cultura, quer do pensamento”, desenvolveu.

O reitor do Seminário Maior de Coimbra – o Seminário da Sagrada Família – destaca que têm “pequenos elementos de ligação à cidade”, no acolhimento de atividades que a cidade quer promover e nas suas iniciativas, como o ciclo ‘curtas com conversa’, que vão “iniciar uma nova temporada” de comentários a uma curta-metragem com alguém da área.

“Depois temos alguns aspetos quase banais que fazem uma ponte muito espontânea: Basta pensar no baloiço, que é um dos lugares de contemplação que o seminário oferece à cidade e está sempre muito ocupado”, acrescentou.

Neste contexto, o padre Nuno Santos destacou também o restauro do livro do século XVI da “biblioteca fabulosa” do seminário, e salienta que desde a abertura do edifício, num “período de três anos e meio”, só “sete mil pessoas passaram pela visita guiada”.

“O Papa diz na ‘Evangelii Gaudium’ que há uma sede e que se nós cristãos não respondermos a essa sede de forma profunda, séria e honesta as pessoas têm que ir à procura noutros ligares para matar essa sede”, observou.

Para responsável católico, “a sede pode ser ambígua”, mas tem que ser saciada e o “esforço” no Seminário maior de Coimbra “não é por barreiras à entrada” porque querem “ser uma fonte no meio da cidade”.

HM/CB/OC

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