Igreja/Portugal: «Que país construímos e que país queremos construir?» – Comissão Nacional Justiça e Paz

Organismo católico publica nota, no contexto da Quaresma, convidando a «pensar e agir com liberdade e esperança»

Lisboa, 15 mar 2024 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) publicou hoje uma nota intitulada ‘Pensar e agir com liberdade e esperança”, em que convida a sociedade portuguesa a refletir sobre o caminho feito em democracia, no último meio século.

“Que país construímos e que país queremos construir? Como cuidamos uns dos outros? Como promovemos o bem comum? Parece-nos que estas e outras perguntas também não podem deixar de ser formuladas e respondidas”, indica o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

O texto parte da mensagem do Papa para a Quaresma 2024, na qual Francisco deixa um apelo “claro à liberdade”, que a CNJP quer destacar, num momento em que o país se prepara para celebrar o cinquentenário do 25 de abril, “realidade configuradora” da identidade atual de Portugal.

O organismo católico sublinha que a preparação para a Páscoa deste ano acontece num cenário global de “muitas inquietações”.

As desigualdades não só persistem como aumentam, fazendo com que cada vez menos pessoas tenham mais, e mais pessoas tenham menos. A constatação desta realidade não nos pode deixar indiferentes e a interpelação que ela causa pode ser vista como oportunidade que traduz a consciência de sabermos que não é este o caminho que queremos trilhar no futuro”.

A nota sublinha a necessidade de tomar “decisões muito importantes”, a nível do país e no plano internacional.

“Este é o tempo oportuno para olharmos a realidade e a vida, a de cada um, a de todos, a das nossas comunidades, de um modo que permita discernir nela aquela Presença que nunca a deixou de habitar e na qual podemos encontrar os sinais de esperança que nos façam ousar as transformações que sabemos ser necessárias”, pode ler-se.

A CNJP reforça os apelos deixados da mensagem do Papa para a Quaresma sobre o “grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos”.

“Somos convidados à ‘paragem do deserto’ para realizarmos um profundo exercício de encontro e de escuta. Encontro com Deus e com aqueles com quem Ele se quer encontrar, e que muitas vezes não chegam a ouvir o convite devido aos muitos ruídos”, indica o documento.

O organismo católico precisa que o Papa apresenta a esperança como “uma ação que antecipa e começa a fazer acontecer já hoje o futuro esperado”.

“É a esta esperança que a CNJP também se associa, convidando todos à coragem e à ousadia de pensar e agir assim”, conclui a nota.

OC

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