Igreja/Política: Conferência Episcopal Portuguesa lembra «vida plena de humanidade» de Jorge Sampaio

«Uma vida dedicada à solidificação da democracia, à defesa dos direitos humanos e ao serviço da causa pública», assina a CEP

Foto Lusa

Lisboa, 10 set 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) exprime uma “homenagem agradecida pela vida plena de humanidade” de Jorge Sampaio, antigo Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006, que faleceu hoje aos 81 anos de idade, em Lisboa.

“Uma vida dedicada à solidificação da democracia, à defesa dos direitos humanos e ao serviço da causa pública em várias funções autárquicas, nacionais e internacionais, particularmente como Presidente da República”, lê-se na nota da CEP, por ocasião do falecimento de Jorge Sampaio, enviada à Agência ECCLESIA.

A Conferência Episcopal Portuguesa destaca que a “grande atenção” de Jorge Sampaio às causas humanitárias teve “expressão concreta” na fundação e presidência da Plataforma Global para Estudantes Sírios, em 2013, associação de assistência académica de emergência e “solidariedade efetiva que apoiou centenas de estudantes sírios”.

Neste âmbito, e ainda a nível internacional, é de salientar que foi alto representante da Aliança das Civilizações, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para fomentar o diálogo e a cooperação internacionais, interculturais e inter-religiosos contra os radicalismos e extremismos, “procurando criar assim uma autêntica rede de solidariedade entre culturas, civilizações e religiões”.

Com a sua nota, a Conferência Episcopal Portuguesa quer exprimir uma “homenagem agradecida” a Jorge Sampaio pela sua vida “plena de humanidade”.

“Lutando, mas serenamente, nos deixou hoje o presidente Jorge Sampaio”, começou por referir o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que lembrou “um grande senhor da democracia” e destacou que o antigo chefe de Estado “nasceu e se formou para ser um lutador”.

“Tinha como causa da sua luta a liberdade e a igualdade; provou que pode-se nascer privilegiado e converter a vida numa luta pelos não privilegiados”, destacou o chefe de Estado, assinalando que podia “resignar-se ao caminho fácil” – de “juristas respeitado” e à “quietude da sua origem social” mas Jorge Sampaio “escolheu o caminho mais ingrato”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o antigo presidente da República, que faleceu hoje aos 81 anos de idade, foi sempre “um homem bom na partilha da alegria e da dor alheia”.

“Sereno na sua luminosa inteligência, sereno na sua profunda sensibilidade, sereno na sua paciente mas porfiada coragem”, realçou, salientando “a construção de pontes, décadas após décadas, no seu hemisfério político e para além dele”, na comunicação realizada a partir do Palácio de Belém.

O Governo Português vai decretar luto nacional durante três dias, entre este sábado e segunda-feira, pela morte de Jorge Sampaio, o antigo chefe de Estado estava internado no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, na sequência de dificuldades respiratórias, desde o dia 27 de agosto.

Jorge Fernando Branco de Sampaio, advogado de formação, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e presidente da República (1996 e 2006)

Em 2006, foi nomeado pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações (2007-2013).

CB

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