Igreja: Juventude Operária Católica apela à reflexão sobre o futuro das novas gerações

Revista do movimento católico dedicada à «Estratégia Europa 2020»

Lisboa, 20 ago 2014 (Ecclesia) – Lisandra Rodrigues, coordenadora nacional da Juventude Operária Católica (JOC), critica a falta de estratégia do Governo português na área da cultura, contrária às políticas europeias, e critica um futuro que deixe os portugueses “ainda mais passivos”.

“Numa sociedade onde se vive de forma profundamente individualista, onde a correria dos dias nos atravessa de forma feroz, deixando pouco tempo para nos valorizarmos enquanto homens e mulheres dignos, facilmente podemos perder a noção do nosso valor enquanto seres sociais”, escreve a também diretora da revista 'Juventude Operária', sobre os portugueses e em concreto os jovens “pouco ou nada” quererem saber de política.

No editorial intitulado “será que queremos alugar os nossos cérebros?”, a responsável considera que o “atual” governo “está convicto” que a cultura é um desperdício pela “falta de compromisso e ação” no desenvolvimento deste setor em Portugal.

Desta forma, Lisandra Rodrigues destaca o contraciclo das políticas portuguesas em relação às decisões europeias, em concreto a Estratégia Europa 2020 que pretende “incluir a defesa da cultura” como parte dos objetivos no combate ao desemprego, no apoio ao intercâmbio entre países ou no combate ao racismo e outras práticas discriminatórias.

“Justificado pela falta de dinheiro foi-nos oferecida uma Secretaria de Estado em substituição de um Ministério da Cultura” que devia “implementar e apoiar uma verdadeira política de cultura”, recorda a também presidente da Juventude Operária Católica.

A Estratégia Europa 2020, apresentada pelo Conselho Europeu como metas a alcançar em dez anos, define cinco objetivos quantitativos: “Emprego; educação, investigação e inovação; inclusão social/redução da pobreza e clima/energia”.

Os cinco objetivos foram incorporados nas estratégias nacionais de cada Estado-membro para que estes possam avaliar o seu progresso.

A diretora da revista JO acrescenta que “não” quer um futuro que deixe os portugueses “ainda mais passivos, conformados e ignorantes face à riqueza da própria vida e protagonismo” enquanto filhos e filhas de Deus.

A edição dos meses de agosto/setembro traz também em foco o artigo – “Jovens na Europa: que futuro?” -, onde são apresentados dados e números sobre a realidade portuguesa comparada com outros Estados-membros: a emigração e o desemprego, a baixa natalidade, “por falta de apoios e incentivos”, e uma população envelhecida ou os “resultados preocupantes nas eleições europeias” são alguns dos assuntos.

A revista bimestral Juventude Operária – JO, existe desde 1945 como porta-voz do movimento, e “é feita integralmente pelos jovens que planificam, redigem, divulgam e vendem”.

Outras secções da publicação da JOC são, por exemplo, o espaço “Informar”, com instruções sobre os cursos técnicos superiores profissionais; “Liberdade de Expressão” que recorda o pensamento e a obra do padre Abel Varzim, quando se assinalam 50 anos da sua morte.

Um testemunho e uma entrevista, em “Pulsar da JOC”, ou uma reflexão, no espaço “Em comunhão”, para além de dicas sobre reciclagem e ainda sugestões de um livro, um festival ou um documentário são outros assuntos que a revista JO, da Juventude Operária Católica, apresenta aos assinantes e simpatizantes.

CB/OC

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