Igreja/História: Os Santos de Portugal

Frei Bartolomeu dos Mártires junta o seu nome a uma lista que começa antes do início da nacionalidade

Foto: Agência Ecclesia/LFS

Lisboa, 08 nov 2019 (Ecclesia) – O arcebispo Bartolomeu dos Mártires, que viveu no século XVI, junta este domingo o seu nome à lista de santos de Portugal, uma lista que começa antes do início da nacionalidade, numa cerimónia presidida por um legado do Papa Francisco.

O anúncio da canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires aconteceu a 6 de julho deste ano; no texto publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé refere-se que o Papa Francisco “aprovou os votos favoráveis” dos membros da Congregação para as Causas dos Santos e estendeu o culto litúrgico em honra ao arcebispo português a toda a Igreja, “inscrevendo-o no livro dos santos” por “canonização equipolente” (dispensando o milagre requerido após a beatificação).

Este sábado, pelas 21h00, realiza-se na Igreja de São Domingos (Viana do Castelo) uma vigília de oração junto ao túmulo de São Bartolomeu dos Mártires; no domingo, pelas 15h30, celebra-se a Eucaristia de ação de graças na Catedral de Braga, presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, com a leitura do decreto de canonização.

Antes de 1143, há registo de vários Santos (nalguns casos figuras com história pouco documentada) que demonstram a implantação que, desde bem cedo, o catolicismo teve em Portugal, como São Manços (Évora), São Vítor de Braga (mártir), São Dâmaso (Papa do séc. IV que alguns afirmam ter nascido em Guimarães), São Sisenando (Diácono e mártir do séc. IX, nascido em Beja), São Rosendo (Bispo do séc. X, nascido em Santo Tirso) ou Santa Senhorinha (monja, de Vieira do Minho).

Desta fase há a destacar a vida e obra de três bispos de Braga, os Santos Martinho de Dume, Frutuoso e Geraldo.

Após a independência, contam-se entre os fiéis canonizados pela Igreja Católica estão várias figuras de Portugal: São Teotónio, Santo António de Lisboa, a rainha Santa Isabel, Santa Beatriz da Silva, São João de Deus, São Gonçalo Garcia, São João de Brito e D. Nuno Álvares Pereira- São Nuno de Santa Maria, o santo condestável.

Foto: Arlindo Homem

As últimas canonizações de figuras portuguesas da Igreja Católica tinham acontecido em 2017: a 13 de maio, os santos Francisco e Jacinta Marto foram declarados santos em Fátima, numa cerimónia presidida pelo Papa Francisco, naquela que foi a primeira canonização de sempre em Portugal; a 15 de outubro, foi canonizado no Vaticano o sacerdote português Ambrósio Francisco Ferro, que integra o grupo dos chamados “protomártires do Brasil”, mortos nas perseguições anticatólicas, do século XVII, por tropas holandesas.

Dois anos antes, a 14 de janeiro de 2015, o Papa Francisco proclamou como santo o padre José Vaz (1651-1711), nascido em Goa, então território português.

Outros santos católicos estão ligados à história de Portugal, ainda que não tenham nascido no país: a 16 de janeiro de 1220 morreram degolados em Marrocos os franciscanos italianos Vital, Berardo, Pedro, Acúrsio, Adjuto e Otão, mais tarde denominados como Santos Mártires de Marrocos, com festa litúrgica a 16 de janeiro; os seus restos mortais foram enviados para Portugal pelo infante D. Pedro.

São Lourenço de Brindes, capuchinho italiano que morreu a 22 de julho de 1619, em Lisboa, foi canonizado por Leão XIII em 1881 e, em 1959, foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa João XXIII.

OC

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