Igreja é responsável pelo desânimo do país se não testemunhar a fé

Bispo de Beja escreve sobre a depressão após as férias e chama a atenção para a qualidade do acolhimento e das celebrações litúrgicas

O bispo de Beja, D. António Vitalino, considera que Igreja terá responsabilidades no desalento do país se não “testemunhar a fé às novas gerações, que dela precisa como de pão para a boca”.

“Se não o fizermos, ou pelo menos tentarmos, seremos também culpados do desânimo que paira nos rostos de muitos concidadãos, e não apenas porque terminaram as férias ou não as puderam gozar”, escreveu o prelado em nota enviada à Agência ECCLESIA.

A crise anímica provocada pelo final do período de descanso para muitos portugueses constitui um dos temas abordados no texto divulgado hoje.

“No regresso ao trabalho e à rotina diária muitas pessoas entram em stress e depressão. Para que isso não aconteça torna-se necessário cultivar uma relação de empatia com tudo o que faz parte da nossa vida, fazer as coisas por gosto e amor”, salienta o bispo de Beja, acrescentando que “quando falta a capacidade de amar, tudo cansa”.

Dirigindo-se aos crentes, o presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana sublinha que o regresso às actividades pastorais e à frequência dos ritos sacramentais são “um lenitivo eficiente para enfrentar a vida diária sem angústia”.

D. António Vitalino chama igualmente a atenção para a qualidade do acolhimento e das celebrações litúrgicas, desejando que nelas se escutem “cânticos de alegria” e “palavras que tocam a realidade” da vida.

“Há muitos forasteiros nas nossas comunidades, que as vão deixando, não apenas porque terminaram as férias, mas porque delas saem vazios, sem inspiração e alegria para enfrentar a vida”, lamenta o prelado.

No início de um novo ano de actividades, o bispo de Beja recorda a “necessidade de avaliar e planificar a vida social”, incluindo “as instituições sociais, culturais e religiosas”.

“Todo o progresso e desenvolvimento obedece a esta disciplina. O improviso, o azar ou a sorte não podem ser o nosso método de vida, embora por vezes o pareça”, assinala D. António Vitalino.

A agenda episcopal dos próximos dias vai ser marcada pela apresentação dos párocos recém-nomeados, as primeiras reuniões com organismos eclesiais e a celebração do Dia da Diocese, agendado para 25 de Setembro.

“Vamos animar-nos, despertar a criatividade, à luz da Palavra de Deus e das orientações da nossa Igreja, de modo a tornar mais vivas as nossas comunidades, mais alegres, em oásis de esperança, de fé, de paz, de comunhão, de alívio do stress e de fecundas relações humanas. E, porque não dizê-lo, em viveiros de vocações para a missão da Igreja na diocese e no mundo”, encoraja o bispo de Beja.

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