Igreja: Arquidiocese de Braga promove Assembleia Sinodal para «traçar caminhos de futuro»

Encontro, aberto a todos, responde a desejo de «formas diferentes de tomar decisões»

Braga, 15 set 2023 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Braga vai promover este sábado a sua II Assembleia Sinodal, no Auditório do Espaço Vita, iniciativa de participação livre que visa definir “caminhos prioritários” para as comunidades católicas, definidos em conjunto.

“Usando a expressão do Papa Francisco, é para todos, todos, todos. Quem quiser participar não precisa de fazer qualquer inscrição, basta aparecer”, refere à Agência ECCLESIA o padre Sérgio Torres, que coordena a Equipa Sinodal, em Braga.

O responsável precisa que o encontro quer “começar a traçar caminhos de futuro, caminhos pastorais para a Arquidiocese de Braga”.

Na linha do processo sinodal 2021-2024, lançado pelo Papa Francisco, os responsáveis pela assembleia procuram ainda responder ao desejo de “uma forma diferente de tomar decisões”, manifestado por muitos católicos, que pedem ainda maior aposta na formação e na comunicação.

Os trabalhos deste sábado vão ser desenvolvidos numa Assembleia Arquidiocesana, a 2 dezembro, visando identificar “orientações pastorais” para os próximos anos, com “prioridade à missão”.

O padre Sérgio Torres assume a intenção de fazer destes encontros uma “experiência de caminho, em conjunto”.

“Esta é uma experiência de assembleia, de escuta, de diálogo, de liberdade para podermos falar tranquilamente”, precisa.

O responsável aponta ao “novo paradigma” de maior ligação do ano pastoral com o ano litúrgico, pedido pelo arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, falando numa “maratona, uma corrida de fundo”.

A programação da II Assembleia Diocesana, além da presença e saudação do arcebispo primaz, inclui um momento de reflexão a ser conduzido pelo padre Sérgio Leal, especialista em sinodalidade, da Diocese do Porto, além de partilhas e momentos de escuta.

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer de 4 a 29 de outubro de 2023, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

A Arquidiocese de Braga divulgou uma entrevista ao cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo de Luxemburgo e relator-geral do Sínodo, para o qual este é um processo que coloca a “Igreja a caminhar em conjunto no presente, a caminho do futuro”.

O Vaticano apresentou a 20 de julho o ‘Instrumentum Laboris’ (IL) para a primeira sessão da XVI assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, o documento de trabalho que resultou do processo sinodal a nível das dioceses, conferência episcopais e continentes desde outubro de 2021.

Este IL foi elaborado com base no material recolhido durante a consulta global às comunidades católicas, em particular os documentos finais das sete assembleias continentais, que decorreram entre fevereiro e março deste ano: África e Madagáscar (SECAM), América Latina e Caraíbas (CELAM), América do Norte (EUA/Canadá), Ásia (FABC), Europa (CCEE), Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais) e Oceânia (FCBCO).

O cardeal Hollerich considerou que este foi “o maior movimento, até agora, na Igreja Católica”, observando que “nunca tantas pessoas na Igreja, de todos os continentes, de todas as culturas, participaram num processo desta dimensão”.

“A tensão não deve ser vista necessariamente como algo negativo. Se continuarmos a trabalhar em conjunto com as tensões, algo de novo poderá surgir”, declarou o arcebispo do Luxemburgo.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

PR/OC

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