Igreja/Abusos: «Acabou de ser retirada a pedra que mantinha o silêncio sepulcral sobre estes dramas» – D. António Augusto Azevedo

Mensagem de Páscoa do bispo de Vila Real convida a superar crises, na Igreja e na sociedade

Foto: Diocese de Vila Real

Vila Real, 31 mar 2023 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real convidou as comunidades católicas a “enfrentar” a crise provocada pela revelação de casos de abusos sobre menores, na Igreja, para evitar que “voltem a ocorrer”.

“Acabou de ser retirada a pedra que mantinha o silêncio sepulcral sobre estes dramas que abalaram a vida de muitas pessoas”, escreve D. António Augusto Azevedo, na sua mensagem para a Páscoa (9 de abril), enviada hoje à Agência ECCLESIA.

A Comissão Independente designada pela Conferência Episcopal, para o estudo de abusos sexuais na Igreja em Portugal, apresentou a 13 de fevereiro um relatório, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022.

“O confronto com a realidade foi doloroso, mas simultaneamente libertador, foi condição necessária para uma autêntica purificação”, indica o bispo de Vila Real.

Continuemos a fazer juntos este caminho que implicará enfrentar a verdade, assumir responsabilidades, cuidar das pessoas mais feridas e tomar medidas que evitem que estes casos voltem a ocorrer na Igreja, na sociedade ou na família”.

A nota, intitulada ‘Páscoa, passagem para uma vida mais plena’, convida a refletir “no sentido profundo desta festa maior do cristianismo”.

“Nos dias que correm, diante de sinais alarmantes como a acentuação de injustiças, a corrida aos armamentos, a polarização das sociedades, a proliferação de discursos do medo e do ódio, é necessário operar vários tipos de ‘passagem’”, assinala D. António Augusto Azevedo.

O responsável católico alerta para “espaços ou esquemas de violência, corrupção e desumanidade”, desafiando as comunidades católicas a “promover relações e ambientes mais pacíficos, fraternos e solidários”.

“Nesta festa, da qual tudo brota, descobrimos a inspiração para a necessária renovação eclesial, a passagem de uma Igreja cansada, rotineira e envelhecida para uma Igreja cheia da vida nova do Espírito e com um rosto rejuvenescido”, escreve ainda o bispo de Vila Real.

A mensagem conclui-se com “votos de Santa e Feliz Páscoa” para todos os diocesanos, bem como “os homens e mulheres de boa vontade, as crianças e os jovens, todas as famílias, os emigrantes e imigrantes, os mais pobres, os que estão a passar por maiores dificuldades e sofrimentos”.

OC

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