Francisco/2.º aniversário: Grupo «Recasados na Igreja» destaca maior acolhimento a «casais feridos»

Papa ofereceu mensagem de «esperança»

Aveiro, 12 mar 2015 (Ecclesia) – O grupo de leigos «Recasados na Igreja», nascido na Diocese de Aveiro, considera que o Papa Francisco “surpreendeu” todas as semanas desde o início do pontificado e espera que consiga “integrar os casais feridos”, sem abandonar a doutrina.

“A mensagem deste Papa é a da esperança, de que a Igreja consiga, no âmbito da pastoral familiar, abrir um pouco as portas e integrar esses casais feridos, sem abandonar a sua doutrina. E aqui a Igreja somos todos nós, sobretudo as igrejas locais e os seus responsáveis – bispos e sacerdotes”, escreve João Manuel Querido, em texto que vai integrar a edição de hoje do Semanário ECCLESIA.

No artigo de opinião sobre os dois anos de pontificado do Papa Francisco, que se completam esta sexta-feira, o grupo «Recasados na Igreja» observa que para haver a mudança “não basta” que as ideias de Francisco sejam “escutadas e aplaudidas” por todos, mas é preciso pô-las em prática.

“Se não dermos a cara, qualquer reforma morrerá. Todos temos de ser o Papa Francisco!”, observa.

Neste contexto, João Manuel Querido destaca que uma ideia “fulcral” no discurso do Papa é “a misericórdia de Deus, que tudo perdoa” com preocupação para as pessoas “feridas” após uma “relação conjugal falhada”.

O grupo assinala que depois de Francisco se ter referido aos divorciados recasados no voo de regresso a Roma, da Jornada Mundial da Juventude em julho de 2013 no Brasil, “o caminho tem sido rápido”, nomeadamente com o Sínodo dos bispos sobre a família.

“Há um ano, tivemos a reflexão do cardeal Walter Kasper com alguma abertura para o acesso à comunhão destes casais, em outubro passado decorreu o Sínodo Extraordinário sobre a Família e daqui a seis meses novo Sínodo que apresentará uma proposta definitiva neste âmbito”, assinala.

O grupo de leigos «Recasados na Igreja» surgiu na Diocese de Aveiro, em 2012, para “acolher e integrar” os cristãos, que recasaram, na Igreja e divide estes três anos de atividade em dois períodos, antes e depois do Papa Francisco.

“Passamos a ser acarinhados com as adesões à nossa página no Facebook a crescerem exponencialmente. Começaram também a aparecer um maior número de casais que se assumiam como recasados”, assinala João Manuel Querido.

Segundo o grupo de leigos, os “gestos e opções” do Papa argentino merecem o respeito de todos – crentes e não crentes – e Francisco “recolocou” a voz da Igreja no centro do mundo, onde é ouvida apesar de por vezes “ser incómoda”.

CB/OC

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