Fátima: Historiador de arte Vitor Serrão defende candidatura do Santuário de Fátima a Património da Humanidade da UNESCO

Proposta decorre da «unidade» artística, estética e espiritual que artistas nacionais e estrangeiros imprimiram em 100 anos de diálogo entre arte e fé

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 15 set 2023 (Ecclesia) – O historiador de arte Vitor Serrão defendeu a candidatura do Santuário de Fátima a Património da Humanidade da UNESCO, decorrente dos valores “estéticos, espirituais, hierofânicos e artísticos” que integram “o conjunto com a mão-de-obra artística” nacional e internacional.

“É um conjunto que concorre, por todos os valores estéticos, espirituais, hierofânicos e artísticos, para uma candidatura a Património da Humanidade que o é, de direito pleno”, apresentando “o melhor da história da arte em Portugal, o melhor da mão-de-obra artística em Portugal”, com artistas crentes e não crentes, sublinhou o professor catedrático emérito da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, citado pelo Santuário de Fátima.

A proposta foi formulada durante a apresentação da obra ‘Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia’, da autoria do historiador Marco Daniel Duarte, diretor do Museu e do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima.

Vitor Serrão indicou Fátima como “um capítulo de grande destaque da arte em Portugal”, uma “arte gerada em Fátima para crentes e não crentes”, que apresenta uma “perspetiva global do entendimento estético e que continua a evoluir, acompanhando as curvas de modernidade do mundo artístico”, gerador de “uma inesperada unidade”.

Nomes como António Teixeira Lopes, Irene Vilar, Lagoa Henriques, Zulmiro de Carvalho, Clara Menéres, José Aurélio, Marko Rupnik, Jorge Barradas, Eduardo Nery, Pedro Calapez, Catherine Greene, Robert Schad, Fernanda Fragateiro, elencam um conjunto de artistas “do melhor escol”, destacou ainda o historiador.

“Há um equipamento patrimonial e artístico que habitualmente é diminuído, ou pelo menos não é destacado pelo valor que realmente tem, e que importa ver de outra maneira”, reconheceu.

“A qualidade da arquitetura, da pintura, da escultura, dos vitrais, do mobiliário litúrgico e da demais arte” torna Fátima “mais do que um mero lugar de culto e de hierofanias e de grandes movimentos de peregrinação”, cita o Santuário de Fátima.

O padre Carlos Cabecinhas, reitor do santuário mariano, afirmou que “a linguagem da arte e a via da beleza são caminho imprescindível no Cristianismo” e a “mensagem de Fátima foi ao longo de cem anos e, ainda hoje é, fonte de inspiração para a linguagem artística”.

A sessão contou com a presença do bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas Carvalho, que reconheceu uma “peregrinação artística do belo em Fátima” que ajuda a compreender o “percurso da fé” naquele lugar.

A obra ‘Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia’ resulta de uma investigação de Marco Daniel Duarte que teve início em 2001, e que o autor quis dedicar aos “peregrinos do belo”, mostra como o santuário mariano sempre se preocupou com “a questão da beleza”, colocando-a ao serviço dos que ali peregrinam.

LS

Publicações: Lançamento da obra «Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia»

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