Fátima: Cardeal Parolin deixa mensagem de esperança contra visões catastrofistas da história (c/fotos e vídeo)

Secretário de Estado do Vaticano convida a congregar «diversidades culturais, sociais, políticas» nas comunidades cristãs

Fátima, 13 mai 2023 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano disse hoje em Fátima que a fé cristã rejeita as visões catastrofistas da história e os “profetas de desventura”, deixando uma mensagem de esperança aos peregrinos reunidos no Santuário português.

“A história não é um afastamento progressivo e inexorável de Deus, como poderia levar-nos a crer aquilo que geralmente consideramos sinais da sua ausência: as lágrimas sem resposta, o luto contínuo, os lamentos causados pela infidelidade, a traição e a violência, a fadiga que se sente em viver numa cidade baseada na opressão, a morte que apaga e silencia tudo e todos”, referiu o cardeal Pietro Parolin, na homilia da Missa da peregrinação internacional aniversária do 13 de maio.

Milhares de pessoas encheram o Recinto de Oração, este ano com a presença dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O presidente da celebração destacou a “maternidade” universal da Virgem Maria, que “não conhece os muros das diversidades culturais, sociais, políticas”.

“Pelo contrário, ensina a dilatar os espaços da Igreja, para que seja a comunidade onde a harmonia das diferenças inutiliza a vontade de domínio e homologação, ao serviço da qual tantas vezes estão injustamente as leis humanas seja por cumplicidade seja por cobardia”, acrescentou.

A história dos crentes, de que Fátima é simultaneamente sinal e anúncio, sempre nos mostra Maria solícita e presente, por graça de Deus, no dia a dia dos fiéis e no seu tempo para que a luz da Páscoa ilumine as inteligências, os corações, as mãos, as obras e os dias, abrindo-os assim ao futuro de Deus, que é sempre um futuro de paz e esperança”.

A reflexão do cardeal Parolin destacou a transformação que a Páscoa de Cristo representou, sublinhando que a fé cristã é mais do que “meras fantasias consoladoras, sem frutos reais”.

“Jesus tornou possível buscar e encontrar Deus onde habitualmente não se procura, ou seja, nos pobres, nos últimos, naqueles que o mundo esquece e descarta. O ressuscitado é aquele Jesus que faz novos o viver e o morrer”, apontou.

O secretário de Estado do Vaticano convidou a superar a lógica da “lei do mais forte” e a defender um “planeta saqueado”, para “abrir espaço à lei do amor”.

“Que a luz e os valores da Páscoa de Cristo não nos faltem jamais a nós, a este lugar santo, à Igreja universal e particular, para que a alegria do Evangelho continue a ser anunciada, com zelo e humildade, ao mundo inteiro, a todos os homens e a todas as mulheres que Deus ama”, concluiu.

Os participantes na celebração rezaram por “todas as pessoas que foram vítimas de qualquer espécie de abusos no seio da Igreja” e pelas vítimas dos conflitos, “na Ucrânia e em todas as partes do mundo”.

Numa peregrinação que contou com a presença da Cruz peregrina e do Ícone mariano, símbolos da JMJ, uma das preces evocou a Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa, “para que os jovens de Portugal e de todo o mundo que nelas participarão aprofundem a relação com a Mãe de Jesus e como ela se levantem apressadamente para construir um futuro mais humano”.

A peregrinação internacional do 13 de maio, com 200 mil participantes, dos quais grande número de peregrinos a pé, contou com a presença de 151 grupos, vindos de Portugal (82) e outros 26 países.

A Missa deste sábado foi concelebrada por 274 padres, 23 bispos e três cardeais.

OC

Fátima: Secretário de Estado do Vaticano apela à construção de «alternativa à violência» (c/fotos)

 

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