Estudo contraria ideia do abandono em massa de sacerdotes católicos

69 mil sacerdotes deixaram o ministério sacerdotal em 35 anos, mas 11 mil regressaram entre 1970 e 2004 69 mil sacerdotes deixaram o ministério sacerdotal em 35 anos, mas 11 mil regressaram entre 1970 e 2004. Os dados são revelados numa pesquisa publicada pela revista quinzenal italiana “Civiltà Cattolica”, cujos textos definitivos são aprovados pela Secretária de Estado do Vaticano. O artigo é assinado pelo próprio director da publicação jesuíta, o Pe. Gianpaolo Salvini, que cita as informações oferecidas ao Vaticano pelas dioceses de todo o mundo. Assim, entre 1964 a 2000 foram 69 063 os sacerdotes que deixaram o ministério (a maior parte dos quais para contrair matrimónio), mas de 1970 a 2004, 11 213 regressaram ao mesmo, o que representa uma percentagem de 16,2%. “É um fenómeno de notável importância pastoral, que demonstra também a benevolência da Igreja”, explica a revista. Pelo que se refere à proporção das defecções dos sacerdotes, a Civiltà Cattolica assinala que, hoje em dia, o fenómeno não é comparável” ao que acontecia nos anos 70 do século passado. O artigo, intitulado “Padres que abandonam, padres que regressam”, ajuda a desmontar a ideia do abandono em massa de sacerdotes, veiculada sobretudo quando está em debate a questão de celibato. Em muitas ocasiões têm sido referidos números muito superiores a 100 mil sacerdotes “em fuga”. 40% dos pedidos de dispensa chegam de sacerdotes pertencentes a ordens ou congregações religiosas. De 2000 a 2004 abandonaram o sacerdócio mais de 5 mil padres, em cada ano, o equivalente a 0,26% do total, mas cresceu o número daqueles que pediram para ser readmitidos. O Pe. Salvini apresenta o “perfil” do sacerdote que abandona o ministério: 13 anos de carreira eclesiástica, ordenados aos 28 anos e com 50 anos de idade no momento de pedir a dispensa. 50,2% estão casados civilmente antes de verem aceite a sua renúncia, pelo Vaticano, e 35,2% permanecem sós.

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