Esmagar salários para recapitalizar as empresas

Bispo das Forças Armadas e de Segurança manifestou preocupação pelas pessoas que vivem dependentes de uma instituição tem bandeira, nem território mas “capital e capitais”

Braga, 20 dez 2013 (Ecclesia) – D. Manuel Linda, bispo nomeado para a Diocese das Forças Armadas e de Segurança, afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) é um “império” que “esmaga os salários” para “«recapitalizar» as empresas”.

Num artigo de opinião publicado na última edição do semanário digital Ecclesia, o prelado afirmou que é necessário ter preocupação pelas pessoas que vivem sob um império que não tem bandeira, nem território mas “capital e capitais” chamado Fundo Monetário Internacional (FMI).

“O povo sabe que este império (FMI) possui uma lei fundamental que aplica no mundo, «chapa cinco», desde os anos sessenta: esmaga os salários para «recapitalizar» as empresas. Ou os donos?”, interroga-se bispo nomeado para a Diocese das Forças Armadas e de Segurança.

Segundo o prelado, o FMI, “em nome de uma deusa estranha chamada ‘competitividade’, acha inconcebível que se aumente 15 euros no salário mínimo”.

“Sim, cinquenta cêntimos por dia”, escreve D. Manuel Linda, destacando que o FMI considera “crime de lesa-majestade que um qualquer gestor de pacotilha, colocado à frente das empresas públicas pelos ‘bons serviços’ prestados ao Partido, aufira menos de sete, dez ou quinze mil euros por mês”.

“Ou mais! Ou trinta ou quarenta mil!”, acrescenta explicando que “quem manda aqui é um império”: “Sem bandeira nem território. Mas com capital e capitais”.

“E as pessoas? E o povo, meu Deus?”, pergunta o prelado.

O povo “na sua sabedoria irónica, recorre ao exemplo tradicional: a existência de mais um frango em cima da mesa, só por si, não garante que todos os comensais possam matar a fome”, afirma.

“Vêm-lhe à memória as recentes estatística e a crueza dos seus dados: que Portugal foi o país da Europa que mais viu agravar-se o fosso entre ricos e pobres; que estes o são cada vez mais e que aqueles prosperam a olhos vistos; que estão a matar a classe média; que nunca se viu por aí tanto ‘topo de gama’ enquanto o resto dos concessionários quase não se estreia nas vendas”, desenvolve entre outros exemplos.

O bispo nomeado para a Diocese das Forças Armadas e de Segurança explica ainda que esta situação não é nova porque afinal “há dois mil anos, pelo menos, um outro império, chamado romano, também era especialista em tirar”.

“Não aos pobres para dar aos ricos, que Marx foi dos primeiros a falar dessas modernices mas tirar a todo o mundo escravizado para dar aos «cidadãos», aos romanos da urbe”, escreve.

“No meio dessa «normalidade» anormal, chegou um Menino. Fraco e indefeso. Mas meigo e amigo de todos”, conclui D. Manuel Linda no semanário digital Ecclesia.

CB/PR

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