Ensino Superior: Reitora da Católica aponta urgência de «ética de responsabilidade» (c/vídeo)

Isabel Capeloa Gil sublinha importância de assumir papel de «elevador social» e promover dignidade da pessoa

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 05 fev 2022 (Ecclesia) – A reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP) defende que as instituições de Ensino Superior se assumam como “espaços de acolhimento”, promovendo a responsabilidade social e a dignidade de cada pessoa.

“Temos de centrar a nossa ação numa ética da responsabilidade”, refere Isabel Capeloa Gil, em entrevista à Agência ECCLESIA a respeito do Dia Nacional da UCP, que se assinala a 6 de fevereiro, com o lema ‘Por um novo humanismo’.

A responsável justifica a escolha com os apelos do Papa e da Igreja, em geral, sobre a “necessidade de recentrar o discurso na defesa da dignidade da pessoa, num contexto complexo”.

Para Isabel Capeloa Gil, o desafio mais relevante para a UCP é “defender e pugnar” pelos valores da dignidade humana.

“É uma instituição que deve fornecer àqueles que a frequentam e terminam as suas licenciaturas os instrumentos necessários, não só para laborar para o bem comum, mas também para ter uma vida digna e próspera”, precisa.

A responsável sublinha a importância de formar cidadãos “eticamente responsáveis, perante o ambiente e perante os outros”.

O Plano de Desenvolvimento Estratégico 2021-2025 da UCP inclui o lançamento do programa-piloto ‘Ser Capaz’, de diagnóstico e acompanhamento potencial de alunos de meios sociais de maior fragilidade.

“É um trabalho que terá de ser feito com as escolas e vamos começar pelos centros urbanos”, adianta a reitora, para quem é importante avaliar “potencial, motivação e não apenas mérito científico”, no de acesso à Universidade.

“Há muitos jovens que nunca anseiam sequer, para o seu futuro, vir a estudar numa universidade como a Católica”, lamenta.

Foto Agência Ecclesia/HM

O programa foi inspirado numa experiência junto de alunos desfavorecidos, nos EUA, que a reitora gostaria de lançar na UCP, ainda este ano.

“Este é o verdadeiro teste de elevador social da Universidade: que aqueles que não tiveram condições, à partida, possam ter um futuro com impacto nas sociedades de onde vêm, se receberem as condições adequadas”, sustenta.

Isabel Capeloa Gil fala do impacto da pandemia, que permitiu aprender “muito”, particularmente sobre a importância da relação na educação, dado que o modelo tecnológico, apesar das “enormes vantagens”, não consegue substituir “a aprendizagem e o ensino em presença”.

Ao novo Governo, que sai das legislativas de 30 de janeiro, a responsável pede “sensibilidade para os reais problemas dos portugueses”, com uma política de “coesão”.

“Para se aumentar o salário médio nacional, é fundamental que as empresas possam criar mais valor, que o país possa crescer economicamente”, indica.

A reitora considera ainda importante manter os valores da “inclusão”, que marcam a sociedade portuguesa, acima das “agendas divisivas”.

No Dia da Universidade Católica Portuguesa, o cardeal-patriarca de Lisboa e magno chanceler da instituição, D. Manuel Clemente, vai presidir à Missa de Ação de Graças, pelas 11h00, na igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, Parque das Nações; a sessão comemorativa decorre na sede da UCP, em Lisboa, pelas 14h30 do dia 11 fevereiro.

Os donativos recolhidos nas celebrações eucarísticas deste primeiro domingo de fevereiro, em Portugal, revertem em favor da UCP, particularmente para o apoio à formação dos sacerdotes na Faculdade de Teologia.

“É fundamental para a dignidade da Igreja uma formação eclesial com qualidade, robusta, profunda”, sublinha Isabel Capeloa Gil.

A entrevista à reitora da Universidade Católica está em destaque na emissão do Programa ECCLESIA deste domingo, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio pública, e pelas 17h30, no Programa ‘70×7’ (RTP2).

PR/OC

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