COP26: Movimento «Laudato Si» afirma que católicos «ficaram dececionados» com os acordos, mas «esperançosos» com a sociedade

Tomás Insua, diretor-executivo do movimento, considera que acordo final falha na resposta à crise climática

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 18 nov 2021 (Ecclesia) – O Movimento internacional ‘Laudato Si’ considera que os católicos “ficaram dececionados” com os acordos na 26ª Conferência das Partes da ONU sobre Alterações Climáticas (COP26), na cidade escocesa de Glasgow, mas têm esperança na sociedade.

“Os líderes mundiais mais uma vez ficaram aquém do que o Papa Francisco e muitos outros esperavam da cúpula da ONU, em Glasgow. O acordo final não se aproxima da crise climática que vivemos. É ultrajante”, disse o diretor-executivo do Movimento Laudato Si.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, Tomás Insua refere que o movimento global para cuidar da casa comum “é mais forte do que nunca e não vai parar”, destacando que “com parceiros em todo o mundo, continuará o trabalho urgente de salvar a criação de Deus”.

O Movimento ‘Laudato Si’ assinala que o acordo final da COP26 causou “deceção entre os católicos de todo o mundo” que estiveram em Glasgow” para levantar a voz “em nome da casa comum”.

“Milhares de católicos” de todo o mundo também reuniram, na cidade escocesa, durante as duas semanas da COP26 para fazer “ecoar o grito de socorro da terra e dos mais afetados pela atual crise climática”, e participaram em eventos e iniciativas para fazer chegar aos líderes as suas reivindicações, como a petição ‘Planeta Saudável, Pessoas Saudáveis’, que reuniu de “mais de 130.000 católicos e 425 organizações parceiras”.

A 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas reuniu mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos, entre 31 de outubro e 13 de novembro, em Glasgow, quando foi divulgado o acordo final.

No domingo, o Papa assinalou o final da COP26, apelando à ação urgente de todos no combate às alterações climáticas, desde o Vaticano.

Francisco anunciou também a abertura de inscrições para a Plataforma ‘Laudato Si’, que promove a “ecologia integral”, e foi lançada no final de maio, marcando o encerramento do Ano especial ‘Laudato Si’.

O documento final da 26.ª Conferência das Partes da ONU sobre Alterações Climáticas (COP26) também teve uma nota negativa de três organizações portuguesas – Oikos, ZERO e Fundação Fé e Cooperação (FEC) – que acompanharam a cimeira e estiveram na Escócia.

Na sexta-feira, dia 12, o Movimento Laudato Si e mais de 60 organizações católicas publicaram ainda uma declaração conjunta onde manifestavam que “uma economia extrativa e insustentável, alimentada por combustíveis fósseis”, está a causar a crise climática que destrói “a criação de Deus e prejudica os mais vulneráveis”.

O Movimento internacional Laudato Si salienta também que, em 2022, vai estrear o documentário ‘Laudato Si’, sobre a encíclica ecológica e social do Papa Francisco e histórias de pessoas que enfrentam os efeitos da crise planetária e constroem “laços para enfrentar o futuro com esperança”, como YouTube Originals, da produtora Off The Fence.

CB/OC

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