Consistório 2018: Papa criou D. António Marto como cardeal (C/vídeo)

Celebração incluiu entrega do barrete vermelho, anel e bula de nomeação

Cidade do Vaticano, 14 fev 2015 (Ecclesia) – O Papa Francisco pronunciou hoje pelas 16h39 (menos uma em Lisboa) o nome do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, como novo cardeal da Igreja Católica, numa cerimónia que decorre na Basílica de São Pedro.

A celebração começou com um momento de oração em silêncio, do Papa, diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, seguindo-se a saudação do primeiro dos novos cardeais, D. Louis Sako, patriarca iraquiano, em nome de todos os presentes, antes de uma oração proferida por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia.

Após esta intervenção, o Papa leu a fórmula de criação e proclamou em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão.

Depois teve lugar a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.

No Santuário de Fátima, os sinos do carrilhão da Basílica de Nossa Senhora do Rosário tocaram para assinalar a elevação do bispo da Diocese de Leiria-Fátima a cardeal.

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Cada um dos novos cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D António Marto foi o sétimo dos 14 prelados presentes.

Francisco entregou ainda um anel aos cardeais para que se “reforce o amor pela Igreja”, seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

No anel cardinalício são evocadas as colunas da Basílica de São Pedro, a cruz e os apóstolos Pedro e Paulo.

Cada cardeal é inserido na respetiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

D. António Marto foi criado cardeal-presbítero com o título de ‘Santa Maria sopra Minerva’, uma igreja de Roma que já atribuída, no século XVIII, ao cardeal Guilherme Henriques de Carvalho, 9.º patriarca de Lisboa, que foi bispo de Leiria.

O Vaticano anunciou que, após o Consistório, Francisco e os novos cardeais foram cumprimentar o Papa emérito Bento XVI, com quem rezaram no Mosteiro Mater Ecclesiae, onde este reside.

Esta sexta-feira, D. António Marto e os novos cardeais concelebram a Eucaristia na Praça de São Pedro; já no sábado, às 18h00 locais, o novo cardeal português preside a uma Missa na igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma.

O bispo de Leiria-Fátima foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco no dia 20 de maio; é o quinto cardeal português do século XXI e o segundo a ser designado no atual pontificado.

O Governo português esteve representado pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem; estiveram também presentes os presidentes dos municípios de Leiria e Ourém, bem como nove cardeais e bispos portugueses.

A delegação de D. António Marto integra 34 pessoas, incluindo sacerdotes da Diocese de Leiria-Fátima e seis familiares.

António Augusto dos Santos Marto nasceu a 5 de maio de 1947, em Tronco, Concelho de Chaves, Diocese de Vila Real; foi ordenado padre em Roma, em 1971 e a 10 de novembro de 2000 foi nomeado bispo auxiliar de Braga, pelo Papa João Paulo II, tendo passado pela Diocese de Viseu antes de ser escolhido por Bento XVI, em 2006, como bispo de Leiria-Fátima.

Portugal teve até hoje com 43 cardeais, a começar pelo chamado Mestre Gil, escolhido pelo Papa Urbano IV (1195- 1264).

OC

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