V CEN: «Igreja evangeliza pela Eucaristia, na Eucaristia e a partir da Eucaristia» – Arcebispo de Braga

Na festa da Visitação, D. José Cordeiro salientou que «o Magnificat exprime a ‘fração do pão’ e a alegre esperança»

Foto: Samuel Mendonça

Braga, 31 mai 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou hoje que “a Igreja evangeliza pela Eucaristia, na Eucaristia e a partir da Eucaristia”, presidindo à Missa que encerrou o primeiro dia do V Congresso Eucarístico Nacional (CEN).

“A Igreja, respondendo ao desejo de levar Jesus a todos e todos a Jesus, repete o gesto que o Senhor realizou: parte e reparte o pão e oferece o cálice com vinho”, realçou D. José Cordeiro, na homilia da celebração, que decorreu na Sé de Braga.

O arcebispo primaz recordou que a Igreja Católica celebra esta sexta-feira a festa da Visitação da Virgem Maria à sua prima Santa Isabel.

D. José Cordeiro salientou que, com Maria, os católicos reconhecem e contemplam Jesus Cristo “ao partir do pão na visitação e na celebração da Eucaristia, Domingo após Domingo, Páscoa após Páscoa, na adoração e no silêncio orante”.

“O maravilhamento de Isabel: «de onde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» conduz-nos ao sonho eucarístico e missionário. A visitação é lugar de encontro com o mistério admirável da fé”, salientou o também presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade.

O responsável explicou que o Evangelho que narra a visitação “apressada” de Maria a sua prima Isabel “reproduz o ‘Magnificat anima mea Dominum’”, o impossível tornou-se possível: “A vida nasce de onde não se esperava, pois Maria era virgem e Isabel era estéril, mas o milagre aconteceu na misericórdia de Deus”.

Neste contexto, o arcebispo de Braga recorda que Sophia de Mello Breyner considerava o Magnificat “talvez o mais belo poema que existe”, e explicava a poeta portuguesa: “É um poema que ‘anuncia’, que não canta apenas a terra como Homero. Entre dois mundos, na encruzilhada da história, uma mulher levanta-se e diz o poema da salvação”.

“O Magnificat exprime a ‘fração do pão’ e a alegre esperança onde a Igreja se alimenta para partilhar da mesma glorificação concedida antecipadamente à mãe de Jesus. Como Maria, também a Igreja tem a missão de tornar experiencial à humanidade aquele que é ‘o pão vivo que desceu do céu’, desenvolveu.

O arcebispo de Braga começou a sua homilia por recordar que esta quinta-feira se celebrou a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus, a festa do Corpo de Deus.

“Deus tem um corpo em Jesus, o pão partido e partilhado na esperança. Celebrar a Eucaristia é, com efeito, reconhecer a centralidade do Senhor quando parte e reparte o pão e juntos fazermos o mesmo. A graça da celebração da Eucaristia não é mera devoção particular, mas o momento fundamental para a edificação da Igreja, recebido como dom e mistério”, acrescentou D. José Cordeiro.

O V CEN está a decorrer em Braga, entre hoje e domingo, com o tema ‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’.

CB/OC

 

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