Combonianos: «Missão Jovem alive 2020» promoveu um «ajuntamento digital» (c/vídeo)

«Pensávamos que ia ser mais difícil», admitiu o padre , foi abrir padre Filipe Resende

Missão Jovem 2020, Foto Jovens em Missão

Maia, 07 jul 2020 (Ecclesia) – Os ‘Jovens em Missão’ (JIM), dos Missionários Combonianos, promoveram a ‘Missão Jovem 2020’ pelos meios digitais, por causa da pandemia, com momentos lúdicos, de reflexão, encontro e festa, com um concerto online, no tema ‘Com Cristo, Levanta-te e caminha’.

“Foi uma atividade que muito participada. A interação que tivemos ao longo do dia foi significativa e, agora, vemos que estando disponível na net, muitos mais foram lá e continuam a ver e participar, deixam comentários”, disse o padre Filipe Resende em declarações à Agência ECCLESIA.

O novo coordenador nacional da Pastoral Vocacional Juvenil dos Missionários Combonianos explicou que a pandemia do Covid-19 fez com que tivessem de “reinventar” a ‘Missão Jovem’, uma atividade que “envolvia centenas de jovens durante um fim de semana”.

“Para nós foi uma novidade, vamos fazer um ajuntamento digital. Pensávamos que ia ser mais difícil, tentamos manter os momentos fortes do encontro – oração, algum jogo, a parte mais didática e instrutiva e à noite concerto – foi abrir um bocadinho para o mundo digital”, contextualizou.

Para a animadora Cândida Silva, desde 2009 na Pastoral dos Combonianos, organizar uma ‘Missão Jovem’ online foi “bastante desafiador”, porque há muitos anos é numa quinta onde os jovens acampam e “há uma liberdade e um cronograma diferente”, para além de considerar que “as pessoas estão cansadas de tanta coisa online”.

Para Filipe Oliveira, animador no movimento juvenil na zona sul, “o presencial é sempre preferível, tem outra dinâmica”, mas realça que foi um “sinal de dinamismo” conseguirem adaptar-se “a novas realidades” e “foi muito positivo fazer algo com os jovens desta maneira”.

“Foi uma edição muito boa, ao estilo das ‘Missões Jovens’ presenciais, tentou-se levar esse espírito de festa e alegria às casas e teve o contraste desses com momentos mais intimistas onde puderam ouvir de perto pessoas que estiveram na missão, pensar na realidade da missão”, acrescentou.

O padre Filipe Resende explicou que “80%” do programa da ‘Missão Jovem 2020’ “foi transmissão livre”, no Facebook e Youtube, mas o início da tarde deste sábado foi exclusivo para quem se inscreveu que reuniu em salas de encontro, na plataforma Zoom, “e foi mais intimista, de reflexão missionária”, com cerca de 30 participantes através da dinâmica da ‘Mochila Missionária’.

“Como podemos ser missionários nos nossos ambientes mas sem esquecer a abertura para fora; E, a partir dessa motivação, se partíssemos em missão o que levaríamos na nossa mochila, a partir das coisas práticas, mas chegar à outra parte que é o encontro de culturas, do respeito pelas culturas, do descobrir o outro”, explicou.

O testemunho da missão, na ‘conversa com’, juntou Cristina, leiga missionária Comboniana que chegou há pouco tempo da República Centro Africana, e o padre Filipe Resende que esteve 10 anos no Quénia, entre 2008 e 2018, “cinco anos experiência de primeira evangelização no mato, e cinco de pastoral urbana em Nairobi, numa paróquia em Kariobangi, nos subúrbios, com três quilómetros e meio e 500 mil habitantes”, e ainda fizeram “uma chamada surpresa” para o irmão João Paulo, no Brasil.

“A ‘Missão Jovem’ não é só alertar para a necessidade de gente para a missão. Falamos como surgiu este chamamento e a presença que se vive lá, desmistificado um bocadinho o romantismo, porque há muitas dificuldades”, acrescentou o sacerdote.

Missão Jovem 2020, Foto Jovens em Missão

#ficaligadonosofá foi um dos pedidos que os ‘Jovens em Missão’ fizeram aos participantes desta iniciativa anual, um hashtag (marcador) ligado à ‘Missão Jovem’ que teve como tema ‘Sai do sofá’ com a “intenção de tentar religar” e explicar que, mesmo confinados, estão “ligados ao exterior” e essa circunstância “não é impedimento para sair de forma virtual e abrir o coração que pode voar muito longe”.

Cândida Silva destaca, por exemplo, que o concerto acústico da Banda Missio “superou as expectativas”, com as pessoas a interagir online e a responderem também “à dinâmica da banda que mostrou que estiveram naquele momento e ao longo do dia”.

“A ‘Missão Jovem’ tem um carisma e chegamos ao final do dia de coração cheio pelos feedbacks que fomos recebendo”, realçou a animadora de 35 anos.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Filipe Oliveira salienta que os jovens são “muito dinâmicos” e, quando estão motivados e empenhados, “podem e conseguem assumir o protagonismo”, por isso, durante o confinamento da pandemia Covid-19 repararam que “nem era preciso fazer um acompanhamento tão de perto” mas dar alguns subsídios, “tentar rezar com eles”, partilhar notícias e “dar a conhecer boas iniciativas solidárias missionária”.

“Vimos que muitos jovens conseguiram tornar este tempo dinâmico sem precisar de animadores, consagrados ou pessoas adultas, que os guiassem, conseguiram criar grupos de oração, lançar-se em iniciativas de solidariedade. Às vezes, muito ajuda quem não atrapalha e o acompanhar é dizer: ‘parabéns pela iniciativa; estou contigo, que bom que fizeste isso’. Dar um empurrão”, desenvolveu o animador de 23 anos, que está nos ‘Jovens em Missão’ há cinco anos.

Hoje, segundo Filipe Oliveira, os jovens “pedem à Igreja que se possam sentar e conversar abertamente sobre os assuntos”, e Cândida Silva salienta que “o testemunho na vida quotidiana, na escola, no trabalho, pode fazer a diferença”.

O padre Filipe Resende, novo coordenador nacional da Pastoral Vocacional Juvenil dos Missionários Combonianos, realça que “há uma sede muito grande dos jovens de uma certa profundidade”, de uma certa seriedade, que “não quer dizer caras fechadas”, mas “seriedade em aprofundar e não deixar tantas coisas à superfície”.

“Os grandes números de jovens, como de cristãos, nos dias de hoje creio que não é por ai que, se calhar, a Igreja deve caminhar. Devemos investir na qualidade daquilo que estamos a fazer, proporcionar às pessoas encontros com Jesus Cristo, pôr as condições para esse encontro profundo, alegre, mas sério e profundo possa acontecer”, explicou o sacerdote, destacando que, ao mesmo tempo, devem “fazer dos jovens protagonistas da sua própria história de vida e de encontro com Jesus Cristo”.

CB/PR

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