Bragança-Miranda: Padres Marianos em Portugal têm campo de missão «sobretudo no reino maravilhoso»

«O nosso grande esforço é procurar e criar a unidade», explica o padre João Carlos Rodrigues, na véspera da ordenação de um sacerdote para a congregação

Fotos Agência ECCLESIA/CB; Igreja de Santa Maria Mãe da Igreja, Macedo de Cavaleiros

Macedo de Cavaleiros, 17 mai 2024 (Ecclesia) – O Vicariato Português dos Marianos da Imaculada Conceição (Padres Marianos), “uma comunidade pequena em Portugal”, desenvolve a sua missão, o serviço pastoral, principalmente em Macedo de Cavaleiros (Diocese de Bragança-Miranda), e este sábado é ordenado um novo sacerdote.

“O nosso campo de missão é sobretudo aqui, neste ‘reino maravilhoso’ de Miguel Torga, uma realidade muito própria, é um terreno de missão desertificado, com falta de juventude, muita gente idosa, as comunidades muito dispersas. Procuramos manter viva a chama da fé nestas comunidades, trazendo também a particularidade do nosso carisma, que é o mistério da Imaculada Conceição, que fala sobretudo do amor gratuito de Deus”, disse o padre João Carlos Rodrigues, em declarações à Agência ECCLESIA.

O Vicariato Português de Santa Maria Mãe de Deus da Congregação dos Marianos da Imaculada Conceição (MIC) é “uma comunidade pequena”, que pertence à Província Brasileira da Misericórdia Divina; em Portugal são oito religiosos com os votos perpétuos, em três comunidades: no Convento de Balsamão e na Unidade Pastoral de Macedo de Cavaleiros, na Diocese de Bragança-Miranda, e na Paróquia de São Mamede (Fátima); têm ainda um sacerdote no conselho geral da congregação religiosa, em Roma, e um seminarista, em Teologia, no Brasil.

Fotos Agência ECCLESIA/CB; Padre João Carlos Rodrigues

A Unidade Pastoral da Divina Misericórdia de Macedo de Cavaleiros é composta por 53 comunidades, e, segundo o padre João Carlos Rodrigues, o “grande esforço é procurar e criar a unidade”, que exista um “espírito de unidade”, no meio de comunidades dispersas e pequenos núcleos.

“Também é essa a ideia da Diocese Bragança-Miranda com as unidades pastorais, é agregar várias paróquias para que sintam que, juntando recursos humanos, seja padres, leigos, religiosos, e vários recursos que há em cada comunidade, podemos conseguir manter mais coesa a nossa vivência cristã, a nossa fé”, desenvolveu.

O entrevistado, que é um dos párocos da Unidade Pastoral de Macedo de Cavaleiros, explica que as pessoas vão correspondendo, mas lembra que estavam habituadas a um estilo paroquial, “cada um com a sua igreja, com a sua paróquia, com o seu pároco”, mas há “escassez de padres, “comunidades pequenas”, e este novo modelo pastoral quer “passar de um padre que faz tudo para todos, para vários padres, com alguns legos, que tentam fazer alguma coisa para e com todos, envolvendo todos, e isso existe tempo”.

A partir deste sábado, os Marianos da Imaculada Conceição em Portugal têm mais um padre, o diácono João Paulo Pereira, que já serve a Unidade Pastoral da Divina Misericórdia de Macedo de Cavaleiros há vários anos, no atendimento do cartório, na catequese da adolescência, na animação pastoral dos jovens, e faz celebrações da Palavra, aos domingos.

“Foi um tocar a pastoral de uma forma concreta, o contacto direto com as comunidades. Deu para ir entendendo as sedes, os desafios e sobretudo crescer na comunhão”, disse o futuro sacerdote à Agência ECCLESIA.

João Paulo Pereira explicou que nesta unidade pastoral, com 53 comunidades, “de uma paróquia de um extremo ao outro é mais de 1h30”, sentiu muito que “as pessoas estão sedentas de comunhão”, a falta de vocações levou a muito isolamento, estão sedentas também de vivência”.

O futuro sacerdote, integra a equipa de Pastoral Juvenil e Vocacional do Vicariato Português dos Padres Marianos e foi ordenado diácono na véspera de viajar para a JMJ Lisboa 2023, no dia 30 de julho, acompanha os jovens nestas comunidades, que “ligam” à Igreja, participação ativa “é outra questão, também precisam de acompanhamento mais constante”.

Fotos Agência ECCLESIA/CB; Diácono João Paulo Pereira

“Hoje é muito complicado, há muitas solicitações do mundo, antigamente era a Igreja, os escuteiros, catequese e pouco mais, o futebol. Hoje, têm as explicações, as aulas de inglês, têm o xadrez e ainda bem que existe isso, acontece que depois não há tempo para tudo. E nós também temos o problema do isolamento, porque aqui não há transportes públicos a toda hora, como nas grandes cidades”, desenvolveu João Paulo Pereira.

O padre João Carlos Rodrigues destaca que o novo sacerdote tem “dado algum impulso” aos jovens, mas “há poucos jovens”, contudo, na celebração e festa social da ordenação presbiteral deste sábado, 18 de maio, “vão estar envolvidos seja no canto, seja na preparação da liturgia, seja depois na convivência”.

“E isso dá-se porque há este esta procura de haver um contacto, uma proximidade com as camadas mais jovens, fazendo-os ver que vale a pena ainda sonhar que é possível uma Igreja de portas abertas e uma Igreja em saída como o Papa tem desafiado”, acrescentou o superior do Vicariato Português dos Marianos da Imaculada Conceição.

A Congregação religiosa católica dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria foi fundada por Santo Estanislau Papczyński, a 24 de outubro de 1673, na Polónia; a festa litúrgica do fundador celebra-se a 18 de maio, o dia do seu nascimento.

CB/OC

 

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