Braga: Santuário do Bom Jesus, candidato a património mundial, vai receber obras de requalificação

Confraria reúne-se com comité do património da UNESCO em Cracóvia, Polónia

Braga, 05 jul 2017 (Ecclesia) – O Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga,, candidato a património mundial da humanidade, vai ser alvo de novas obras de requalificação, com particular incidência no interior da Basílica local.

O mesário da Confraria do Bom Jesus do Monte, Varico Pereira, explicou que o projeto ‘Bom Jesus: Requalificar II’ vai intervir no património natural e edificado e anunciou um centro de acolhimento ao visitante.

“A principal intervenção relaciona-se com o interior da basílica, será todo conservado e restaurado, incluindo, o recheio artístico da Basílica do Bom Jesus”, disse em declarações à Agência ECCLESIA, esta terça-feira, dia em que decorreu a conferência de imprensa de apresentação do projeto.

Segundo Varico Pereira, as novas obras de restauro no Santuário do Bom Jesus do Monte começam este mês, com uma duração prevista de dois anos e o objetivo de “terminar a intervenção” no património, com destaque também para a requalificação de seis capelas, no Terreiro dos Evangelistas, e dois coretos.

O mesário da Confraria do Bom Jesus do Monte realça também a posterior “intervenção notável” na mata onde está o conjunto arquitetónico, possível com o financiamento europeu do programa Norte 2020.

“Ao longo de todo o escadório do Bom Jesus, 50 metros para cada lado, desde o Terreiro dos Evangelistas, à volta do santuário, será feita a limpeza, a poda, e a replantação de árvores”, informa.

Neste contexto, o entrevistado observa que vão intervir consoante as necessidades para “preservar o património artístico e valorizar o património natural”.

O conjunto arquitetónico do Bom Jesus do Monte é considerado um ‘ex-líbris’ da cidade de Braga; em 1373 já existia uma ermida dedicada à Santa Cruz.

O atual templo que remata o escadório, com as Capelas e Passos da Paixão, foi concluído em setembro em 1811, substituindo um antigo templo barroco que vinha do tempo de D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728).

Varico Pereira realça que outro “grande objetivo” do projeto é a criação no Bom Jesus de Braga, “pela primeira vez”, de um centro de acolhimento ao visitante: “Com um pouco da história, da memória, o que é o presente e pretendemos fazer no futuro.”

“Será um pequeno mas simbólico espaço para quem visita ficar a conhecer e enriquecer a experiência”, desenvolve, adiantando que o espaço foi pensado, principalmente, “para acolher os mais pequenos”.

“[As crianças] entendemos que são o público mais importante que nos visita. São eles que vão passar a mensagem no futuro”, acrescentou.

A Confraria do Bom Jesus do Monte no centro de acolhimento pretende ter um “pequeno auditório”, vão elaborar um “pequeno filme” e “um pequeno guia” direcionado para o público mais infantil compreender a realidade global, numa “linguagem mais adequada”.

O Santuário do Bom Jesus está na lista indicativa nacional da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), com mais 21 monumentos, para candidatura a Património Mundial da Humanidade.

Neste âmbito, Varico Pereira adianta que hoje um elemento da confraria está com o “dossiê da candidatura à UNESCO internacional” a participar na reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, em Cracóvia, na Polónia.

“Estamos numa fase decisiva. O Governo português vai ter de escolher dois monumentos para em 2018 serem apresentados e queremos lá estar”, refere o entrevistado.

A candidatura do Santuário do Bom Jesus a património da humanidade foi apresentada em janeiro de 2014 e conta com o apoio do Município de Braga.

PR/CB/OC

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