Braga: Arquidiocese declara disponibilidade total para «colaborar com o Ministério Público» no caso da Fraternidade Missionária Cristo-Jovem

Em causa estão alegados crimes de maus-tratos, rapto e escravatura

Braga, 29 mai 2019 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Braga manifestou hoje total disponibilidade para “colaborar com o Ministério Público” na resolução do caso que envolve a Fraternidade Missionária Cristo-Jovem.

Num comunicado publicado online, o diretor de comunicação da arquidiocese minhota, padre Paulo Terroso, realça a importância de que “toda a verdade seja apurada”, depois do Ministério Público ter deduzido acusação contra a instituição, na condição de “pessoa coletiva”, e também contra quatro dos seus elementos.

O caso começou a ser investigado em finais de 2014 e em causa estão nove situações de presumíveis maus-tratos, raptos e de escravatura envolvendo elementos desta associação de fiéis, reconhecida pela Arquidiocese de Braga em 1978.

De acordo com o padre Paulo Terroso, desde que a arquidiocese bracarense tomou conhecimento através de “ex-membros da Fraternidade”, da existência de “presumíveis anomalias na vida da comunidade”, foi iniciada “uma investigação interna para apurar a realidade”.

Os membros residentes da Fraternidade Missionária Cristo-Jovem foram contactados e “como resultado dessa investigação” um dos elementos da instituição, Maria Arminda Costa, foi levada a “retirar-se dessa comunidade”.

“Do mesmo modo, foi exigido ao padre Joaquim Milheiro (fundador da Fraternidade) que abandonasse a comunidade, sendo-lhe proposta a Casa Sacerdotal da Arquidiocese de Braga como residência, dado os sinais evidentes de degradação de saúde”, realça o mesmo responsável.

Apesar de ter acatado inicialmente a decisão, mais tarde e “à revelia da Arquidiocese”, o padre Joaquim Milheiro “tomou a decisão de abandonar a Casa Sacerdotal e deslocou-se novamente para a Fraternidade”.

De acordo com o padre Paulo Terroso, a decisão de não extinguir logo a instituição foi tomada depois de a arquidiocese constatar junto de alguns membros que “o ambiente era, nesse momento, de fraternidade, respeito e bem-estar e que a vida tinha retomado uma normalidade saudável”.

Havia a expetativa de que, depois da saída dos referidos elementos, a Fraternidade Missionária Cristo-Jovem “seguisse um novo rumo”, pode ler-se.

A casa da Fraternidade Missionária de Cristo Jovem, está localizada em Requião, no Concelho de Vila Nova de Famalicão, estando o caso entregue ao Ministério Público de Guimarães.

JCP

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