Braga: Arcebispo afirma que para um cristão celebrar a Páscoa «significa reconhecer Cristo nos irmãos e irmãs que sofrem»

«Viver a vida em Cristo para além das celebrações litúrgicas, das devoções, das procissões, do folar, das amêndoas» – D. José Cordeiro

Braga, 16 abr 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou hoje que para um cristão celebrar a Páscoa significa reconhecer Cristo fora da Catedral e das igrejas e capelas, “reconhecendo e amando-O nos irmãos e irmãs que sofrem”, na homilia da vigília pascal.

“Significa dar o contributo positivo na construção do Bem Comum e na promoção da dignidade inalienável da pessoa humana e na defesa da vida desde a sua conceção até à morte natural; Significa ser pessoa de misericórdia, como o Pai é misericordioso; Significa continuar a peregrinação na santidade com coragem e confiança”, disse D. José Cordeiro na Sé de Braga.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o arcebispo primaz afirmou que para um cristão celebrar a Páscoa significa “passar da Semana Santa ao dia eterno”, significa “viver a vida em Cristo” para além das celebrações litúrgicas, das devoções, das procissões, “do folar, das amêndoas”, do compasso ou da visita pascal.

“Significa reconhecer Cristo fora da Catedral e das igrejas e capelas, reconhecendo e amando-O nos irmãos e irmãs que sofrem, que são perseguidos, que têm de fugir à guerra e à fome, que estão doentes, que estão presos, que vivem sós, que são idosos, que são migrantes, que são marginalizados, que passam necessidades corporais e espirituais”, identificou.

D. José Cordeiro salientou ainda que, para um cristão celebrar a Páscoa, significa “respeitar os outros na verdade e na caridade”, estar no mundo sem ser mundano, “porque a pátria é a eternidade”.

Na homilia da Vigília Pascal, o arcebispo de Braga observou que “grande é o júbilo nesta noite” – «porque a luz de Cristo, o Rei eterno, dissipa as trevas de todo o mundo -, lembrando que o Precónio pascal acrescenta ainda “belas palavras” sobre a beleza desta noite de luz: ‘Oh noite ditosa, em que o céu se une à terra, em que o homem se encontra com Deus!’.

Na celebração dois adultos receberam o Batismo e a Confirmação, e D. José Cordeiro explicou que a iniciação cristã que “irradia desta noite lança os alicerces de toda a vida cristã”, indicando que o termo “iniciação cristã” designa as etapas necessárias “através das quais deve passar quem quer entrar na Igreja para nela prestar culto a Deus em Espírito e verdade”.

“A fé não é um seguro de vida, a fé o maior risco da vida”, afirmou, na celebração transmitida online.

O arcebispo de Braga, especialista em liturgia, concluiu a homilia da vigília pascal a destacar que a Liturgia da Igreja convida “a celebrar, na alegria do coração, o perene Aleluia em Cristo”.

D. José Cordeiro salientou que “a Páscoa é uma pessoa”, não é uma festa anual: “Cristo, a nossa Páscoa e a nossa Paz”.

CB

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