Bangladesh: Papa rezou em igreja construída por missionários portugueses

Francisco evocou religiosos que serviram a população bengali ao longo de 500 anos

Daca, 02 dez 2017 (Ecclesia) – O Papa visitou hoje no Bangladesh a antiga igreja do Santo Rosário, construída pelos missionários portugueses em 1677, que é utilizada atualmente como Capela de Adoração Perpétua, e o cemitério paroquial, onde recordou os religiosos falecidos.

Francisco rezou em silêncio e acendeu uma vela.

O discurso oficial que foi entregue aos membros do clero e institutos religiosos do Bangladesh evoca “os missionários dedicados e fiéis que plantaram e cuidaram deste grão de fé durante quase cinco séculos”.

O Papa foi acolhido na igreja do Santo Rosário pelo bispo de Dinajpur, D. Sebastian Tudu, e pelas superioras do instituto responsável pelo orfanato que a Igreja Católica dirige, junto ao templo, no bairro de Tejgaon.

À espera de Francisco estavam cerca de 200 crianças órfãs e algumas religiosas que os assistem; o Papa abençoou as crianças, sem proferir discursos.

O Cristianismo chegou ao Bangladesh em 1518 pela mão de comerciantes portugueses que se instalaram em Chittagong, tendo este território ficado confiado à Diocese de Cochim e Goa.

Foi em Tejgaon que, em 1580, os agostinhos obtiveram autorização do governador imperial para a construção de uma igreja para os comerciantes portugueses.

Em 1598 chegaram ao país os dois primeiros missionários jesuítas, Franciesco Fernandes e Domingos de Sousa; o primeiro foi torturado e morto a 14 de novembro de 1602.

Em 2001, o então patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, esteve em Daca para a cerimónia de reabertura da igreja do Santo Rosário.

A primeira catedral instituída no Bangladesh acolhe as lápides dos missionários portugueses.

A viagem apostólica ao Mianmar e Bangladesh, que se iniciou na segunda-feira, vai concluir-se hoje em Daca, pelas 15h20 (08h50 em Lisboa), com um encontro do Papa com jovens católicos no ‘Notre Dame College’; a chegada a Roma está prevista para as 23h00 (22h00 em Lisboa).

OC

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