Angra: Bispo aponta exemplo de antepassados para o compromisso atual

D. João Lavrador assinalou a passagem dos 300 anos do voto que as populações das ilhas do Faial e do Pico fizeram na sequência da erupção vulcânica de 1718

Bandeiras, Pico, Açores, 03 fev 2018 (Ecclesia) – O bispo de Angra esteve na ilha do Pico para celebrar os 300 anos do voto que as populações das ilhas do Faial e do Pico fizeram na sequência da erupção vulcânica de 1718 e pediu que seguissem o exemplo dos antepassados.

“Continuamos a necessitar de profetas que ajudem a desimpedir tudo aquilo que afasta o homem de Deus. Em plena cultura do século XXI, usufruindo de meios técnicos, económicos e científicos invulgares, a pessoa humana continua a reconhecer-se ameaçada e a sentir que a sua vida não se exprime na plenitude da sua realização”, referiu.

Há 300 anos os habitantes deste lugar, impressionados e temendo as consequências do Vulcão, voltaram-se para Deus, para implorar misericórdia e bênçãos para que a vida deste povo fosse salvaguardada, cientes da sua incapacidade para lutar contra as intempéries.

Para o bispo de Angra este voto é um sinal de que os mais antigos percebiam a sua limitação e colocavam toda a confiança em Deus.

Depois de ter estado na ilha do Faial, D. João Lavrador esteve esta sexta-feira a presidir a estas celebrações no lugar do Cachorro, freguesia de Bandeiras, na ilha do Pico, onde disse que a celebração fica “perante a expectativa e a concretização de uma promessa”.

“Seria para nós muito pobre que nos limitássemos a uma celebração de memória ou ao cumprimento de uma tradição, porque os tempos atuais exigem um compromisso de todos nós no crescimento humano, social, cultural e espiritual”, afirmou na sua homilia da missa a que presidiu na Ermida de Nossa Senhora dos Milagres.

Neste contexto o bispo de Angra concluiu que importa ter “uma consciência lúcida sobre a verdade sobre Deus, sobre a realidade concreta da natureza e as suas leis, sobre a identidade do ser humano e da comunhão de vida que se exige entre Deus e o homem”.

Neste sábado há ainda uma noite cultural, no adro da Ermida de Nossa Senhora dos Milagres, no lugar do Cachorro. O serão conta com a atuação do Folclore da freguesia das Bandeiras e dá lugar depois a uma palestra por Albino Terra Garcia, filho da paróquia, que está a compilar estudos para publicar, posteriormente, uma obra sobre o tema.

IA/SN

 

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