Angra: Bispo apela a que se «coloque como prioridade o cuidado pelos pobres»

D. Armando Esteves Domingues incentiva a «agir» para ultrapassar «números que nos envergonham»

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Angra do Heroísmo, Açores (Ecclesia) – O bispo de Angra afirmou que é “tempo de agir” contra a pobreza e convidou a imitar os gestos de Jesus que “tocava os pobres com a sua proximidade”, na homilia da Missa do VIII Dia Mundial dos Pobres.

“Apelo veementemente a cada paróquia, movimento, Irmandade, grupo eclesial que coloque como prioridade o cuidado pelos seus pobres, os que vivem no seu território”, disse D. Armando Esteves Domingues, que presidiu na igreja matriz de Santa Cruz, na Praia da Vitória, citado pelo portal online ‘Igreja Açores’.

Para o bispo de Angra cada comunidade deve “comprometer-se a cuidar dos seus pobres e necessitados”, seja de bens essenciais, de bens espirituais, de escuta amiga, de conselho fraterno.

“Precisamos de unir os esforços com todos os homens de boa vontade, profissionais e voluntários, para, identificadas as necessidades, buscarmos soluções. Temos, também nos Açores, números que nos envergonham e, segundo as previsões, a situação até pode piorar com os contextos atuais que vivemos.”

12 Conferências Vicentinas da ilha Terceira participaram na Missa deste domingo que assinalou o VIII Dia Mundial dos Pobres da Igreja Católica, na igreja matriz de Santa Cruz, na Praia da Vitória.

“S. Vicente de Paulo nos dê inspiração e obrigado a todos os membros que se dedicam, levados pela justiça e caridade fraterna, a aliviar o sofrimento do próximo, em particular dos social e economicamente mais desfavorecidos”, referiu.

Segundo D. Armando Esteves Domingues, “é tempo de agir, é tempo de amar e cuidar, é tempo de olhar nos olhos cada irmão”: “E preparar juntos esse grande Jubileu da Esperança que começa já”.

O bispo de Angra lembrou que os pobres “têm um rosto” e são mais do que números e necessidades, desafiou os diocesanos a regressar “à rua” e destacou o estilo próximo e cuidador de Jesus que estava na rua a cuidar dos pobres e dos doentes.

“Se há necessitados, estes deveriam atrair o olhar e cuidado da comunidade. Só assim se educará para a humanização da nossa sociedade que parece caminhar em sentido contrário. Jesus cuidava dos que encontrava e fazia-os ‘seus’. O amor é o primeiro remédio; não podemos deixar que alguém passe em vão na nossa vida”, acrescentou, cita o sítio online ‘Igreja Açores’.

A Igreja Católica celebra hoje o VIII o Dia Mundial dos Pobres, dia 17 de novembro, com o tema ‘A oração do pobre eleva-se até Deus’, do livro bíblico de Ben-Sirá.

O Papa Francisco denunciou a “idolatria do dinheiro e do consumo”, que despreza os mais frágeis, na Missa que presidiu este domingo, no Vaticano. 

A presidente da Cáritas da Ilha Terceira alertou para “uma nova franja de pobres”, o que “preocupa” a instituição da Igreja Católica que procura estar ao lado de quem precisa e das entidades.

“Temos novos desafios com pessoas que tinham a sua vida equilibrada e, de repente, por uma situação de saúde ou situação financeira não conseguem superar dificuldades e mesmo sendo trabalhadores e tendo alguns rendimentos, não conseguem fazer face às suas despesas”, disse Maria do Natal Sousa, numa entrevista emitida hoje no âmbito do Dia Mundial dos Pobres 2024, ao programa ‘Igreja Açores’ da Diocese de Angra.

O Dia Mundial dos Pobres foi instituído na Igreja Católica pelo Papa Francisco, em 2017, com a carta apostólica ‘Misericórdia e mísera’, publicada no encerramento do Jubileu da Misericórdia.

CB

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