Algarve: Convívios Fraternos «foram um arauto, talvez um dos mais fortes entre a juventude» na diocese

Movimento celebrou 40 anos de presença na região, com 58 pessoas de várias gerações de convivas

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

Faro, 19 jun 2024 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve comemorou 40 anos de Convívios Fraternos (MCF) no território com um encontro de celebração, partilha e testemunhos, na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Rosário, que acolhe o movimento desde a primeira edição.

“Ao longo destes 40 anos, os Convívios foram um arauto, talvez um dos mais fortes entre a juventude, que proclamou o mistério pascal de Jesus Cristo. A nossa diocese só pode estar grata por isso”, disse o assistente espiritual do MCF na Diocese do Algarve, informa o jornal ‘Folha do Domingo’.

Participaram neste encontro comemorativo 58 pessoas de várias gerações de convivas, este sábado, divididos por grupos partilharam o que significou para cada um o Convívio Fraterno.

“Os Convívios Fraternos foram esta grande «sementeira» onde se lançou constantemente a «semente» à terra, a semente do amor de Deus que fez tantos se reerguerem e levantarem, fez outros entregarem-se com maior ardor à vida das suas comunidades paróquias, fez outros saírem das suas comunidades paroquiais para se entregarem à Igreja universal como missionários, padres, freiras, consagrados”, desenvolveu o padre António de Freitas, na Eucaristia de encerramento do encontro.

O padre Luís Gonzaga, responsável pelo Setor diocesano da Pastoral Juvenil do Algarve há 40 anos, com o cónego Manuel Rodrigues foram os responsáveis pela chegada do MCF à diocese algarvia, preocupados com a “falta de lideranças”, depois de irem conhecer esta dinâmica a Vila Nova de Milfontes (Diocese de Beja).

“Começamos a espalhar a chama. A primeira coisa que era necessário fazer era sermos muito presentes em todo o Algarve. Por isso, tivemos de sair, passar pelas paróquias, falar diretamente com os sacerdotes e, à medida que os convívios iam acontecendo, ir irradiando”, disse o sacerdote, este sábado, nos 40 anos do movimento no Algarve.

O padre Luís Gonzaga destacou também que algo testemunhado ou dito pelos jovens “tem um impacto muito maior sobre outros jovens do que um grande discurso feito por um padre”, lembrando que o Papa São João Paulo II dizia que “o jovem é um aliado natural de Cristo, generoso, alegre, amigo de servir”.

“Temos de aproveitar esta matéria-prima, isto é, dar-lhe o lugar que merece na Igreja. E graças a Deus, isso está a acontecer no Algarve também; Os jovens são as pessoas mais preparadas interiormente para poderem dar testemunho junto dos da sua idade”, acrescentou.

O assistente espiritual dos Convívios Fraternos no Algarve salientou que o encontro dos 40 anos do MCF na diocese foi para recordar, mas constituiu também um “desafio”.

“Mais do que para ficarmos retidos no passado, este dia deve ser, sobretudo, para nos projetar no futuro, naquilo que é preciso recuperar na alegria da nossa vida transformada por Cristo e para, nas nossas comunidades e na nossa diocese, voltarmos a ser este movimento forte, alegre e entusiasta que continua, pela alegria, a atrair os outros”, acrescentou o sacerdote, que incentivou os presentes a pensarem no que é que podem “continuar a fazer por este movimento na paróquia”.

O seminarista André Fonseca, da Diocese do Algarve, destacou a contribuição do Convívio nº 1385, em 2019, para a decisão de entrar no Seminário, já neste ano 2023/2024, para além da participação na Jornada Mundial da Juventude 2023; casal Marlene e Gonçalo Santos também deram testemunho sobre o Convívio Fraterno, como é que os marcou e proporcionou que os seus caminhos se cruzassem.

Célia Mangas, Isabel Camilo e a irmã Leonor Bernardino, que participaram no primeiro Convívio Fraterno no Algarve, realizado de 3 a 5 de março de 1984, com 62 participantes, incluindo os 48 primeiros convivas algarvios.

“Foi uma experiência enriquecedora. Fez-me aproximar mais de Jesus Cristo e a sensação que tive, quando saí daqui, era que ia mudar o mundo”, disse Célia Mangas, que lembrou ter participado “um pouco a medo” porque não sabia o que a esperava.

“Saí do convívio com algo muito claro na minha cabeça: a minha vida só fazia sentido se fosse para viver no serviço aos outros. E foi a partir daí que depois fui tomando outras decisões que vieram na sequência desta tomada de consciência”, acrescentou a irmã Leonor Bernardino, religiosa carmelita missionária, natural de Bensafrim.

O programa de sábado contou com momentos de celebração, oração – da manhã e mariana – e Eucaristia de encerramento, presididos pelo assistente diocesano do MCF, na capela da Casa de Retiros de Nossa Senhora do Rosário, em São Lourenço do Palmeiral, na união de freguesias de Alcantarilha e Pêra, espaço diocesano que acolhe os três dias de retiro desde a primeira edição.

CB/OC

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