Algarve: Clero algarvio incentivado a compreender a crise «como um desafio à coragem e à confiança»

D. José Cordeiro orientou recoleção quaresmal online, sobre «dom da Quaresma, o agora da conversão»

Faro, 23 fev 2021 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda incentivou hoje a compreender a crise “como um desafio à coragem e à confiança”, destacando a oração como “solução” para este “tempo duro”, numa reflexão online.

“Não devemos cansar-nos de rezar sempre. Não conhecemos outra solução para os problemas que estamos a viver senão a de rezar mais e, ao mesmo tempo, fazer tudo o que nos for possível com mais confiança”, disse D. José Cordeiro na recoleção quaresmal do clero da Diocese do Algarve.

O bispo de Bragança-Miranda acrescentou que a oração vai permitir terem esperança “para além do que se podia esperar”, e lembrou que os membros do clero não estão imunes a doenças como a depressão ou o ‘burnout’, informa o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

Na reflexão ‘Dom da Quaresma, o agora da conversão’, que teve a participação do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, e 35 padres e diáconos através da plataforma Zoom, o conferencista incentivou também a uma “leitura crente” da atualidade, a partir da pergunta: “O que é que Deus quer de mim, quer de nós, durante este tempo e depois deste tempo?”

  1. José Cordeiro assinalou que as mãos dos sacerdotes são ungidas “para o serviço e não para o poder” e precisam de agir em união e na paz para “um novo dinamismo pastoral”.

“A unção não significa que sejam intocáveis. Temos mesmo de as sujar para servir, por isso, demos as mãos e mãos à obra”, referiu, acrescentando que a amizade fraterna e a comunhão sincera “na corresponsabilidade é mais importante que trabalhar sozinho”.

O presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade explicou que a Quaresma é “sempre um tempo de treinamento interior, oração, contemplação e adoração”, e pediu para contemplarem os sinais para “construir o significado” do que se está a viver.

“Podemos experimentar que estamos solitários, mas solidários. Talvez se possa dizer que estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo. Todavia, somos chamados a cuidar uns dos outros e a cuidar uns pelos outros. O tempo é oferta de nós próprios pela redenção do mundo”, desenvolveu.

O bispo de Bragança-Miranda afirmou que a conversão “não é só mudança de mentalidade”, mas mudança interior, e é “todos os dias da vida”.

Segundo o presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade, o mundo contemporâneo “perdeu o primado da interioridade”, algo que pode ser comprovado com uma “espreitadela às exterioridades das redes sociais”.

Na recoleção quaresmal do clero algarvio, D. José Cordeiro pediu o “cultivo dessa interioridade” e desafiou ao “exercício do centrar no essencial”, destacando uma “presença de paz e misericórdia” vai ajudar a “evitar muitos problemas mentais, psicológicos e espirituais em muitas pessoas”, divulga o jornal ‘Folha de Domingo’.

CB/OC

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