Advento: Um tempo para «alargar» o coração até ao Natal – Irmã Isabel Martins

Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa propõe caminhada com inspiração na JMJ 2023

Lisboa, 26 nov 2022 (Ecclesia) – A Igreja Católica assinala este domingo o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado tempo do Advento, compreendendo os quatro domingos anteriores ao Natal.

Em Lisboa, o Sector da Catequese do Patriarcado propõe uma caminhada inspirada na JMJ 2023, com o tema ‘Dispostos ao sim, fazer como a Mãe’.

“Quem nos guia é Maria que, depois do seu ‘sim’, se levanta e parte apressadamente (cf. Lc 1, 39). Esta proposta pretende levar as famílias da nossa comunidade a ‘imitar’ os gestos de Maria, dizendo ‘sim’ a Deus e partindo em missão”, refere a apresentação desta vivência de Advento e Natal, publicada online.

A irmã Isabel Martins, da equipa diocesana do Sector da Catequese, disse à Agência ECCLESIA, destaca a necessidade deste tempo de preparação, procurando centrar-se no “essencial”.

“Jesus quer chegar a toda a gente, a qualquer coração que esteja disponível para um gesto de boa vontade, para o acolhimento do outro. Alargamos o coração neste tempo do Natal, que é o tempo da ternura”, realça.

A religiosa sublinha a “incontornável” referência ao tema da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’, uma passagem do Evangelho de São Lucas relativa ao episódio da visita da mãe de Jesus a Santa Isabel, durante a gravidez das duas.

“Há aqui esta experiência de disponibilidade de Maria, que não fica a pensar em si”, precisa.

A entrevistada sublinha que pais e crianças são chamados a aprofundar este episódio bíblico, com várias dinâmicas para serem vividas em família e na comunidade, promovendo atitudes de disponibilidade, serviço e anúncio.

As paróquias são convidadas a incluir, nos seus presépios, a “pegada” de cada família, com os resultados desta caminhada entre duas “casas”, de Maria e de Isabel.

“Esta é uma vivência que acontece nas famílias, mas também na própria comunidade cristã”, precisa a religiosa.

O percurso vai até à solenidade litúrgica da Epifania, conhecida popularmente com a festa dos Reis, símbolo da universalidade desta mensagem.

“Para Deus não há fronteiras”, aponta a responsável.

A conversa com a irmã Isabel Martins está no centro da emissão do Programa ECCLESIA, este domingo, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00.

Um percurso em quatro momentos

Encontro com pais e filhos, na comunidade, na primeira semana do Advento.

Liturgias familiares em casa e partilha na comunidade, durante as restantes semanas do tempo de Advento.

Liturgia familiar de Natal em casa e ações de missão, durante o tempo de Natal.

Partilha do caminho feito com a comunidade, na solenidade da Epifania.

As manifestações do Advento, palavra de origem latina que significa “vinda” ou “chegada”, expressam-se na coroa de ramos verdes com quatro velas, que se acendem aos domingos, bem como na armação do presépio, entre outras práticas.

As três primeiras semanas, que recordam especialmente a segunda e última vinda de Cristo à Terra, esperada pelos cristãos para o fim dos tempos, tornam o Advento num tempo penitencial marcado pelo convite à vigilância, arrependimento e reconciliação com Deus.

A partir de 17 de dezembro a liturgia adventícia, pautada pela cor roxa, acentua a festa do nascimento de Jesus, o Natal, que os católicos assinalam a 25 de dezembro.

As leituras bíblicas proclamadas nas missas evidenciam as figuras bíblicas do profeta Isaías, de João Batista, precursor de Cristo, e de Maria, mãe de Jesus.

O tempo do Natal termina a 9 de janeiro de 2023, dia em que o calendário litúrgico evoca o Batismo de Jesus nos lugares onde a Epifania do Senhor é transferida para o domingo, como acontece em Portugal.

OC

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