Açores: Procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros prepara candidatura ao Inventário Nacional do Património Imaterial

Foto IA/CR

Angra do Heroísmo, Açores, 20 fev 2024 (Ecclesia) – A Procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros, na Ribeira Grande (Açores), realizou-se no primeiro domingo da Quaresma, este ano a 18 de fevereiro, com o foco na candidatura ao Inventário Nacional do Património Imaterial, destaca a Diocese de Angra.

“Esta procissão tem características muito próprias, as suas imagens que contam a história das três Ordens Franciscanas; são imagens de vestir que são preparadas pela comunidade”, assinalou o diretor Regional da Cultura dos Açores, Duarte Nuno Chaves, ao portal diocesano ‘Igreja Açores’.

O antigo diretor do Museu Vivo do Franciscanismo, também na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, explicou que no primeiro Domingo da Quaresma, celebrado este ano no dia 18 de fevereiro, “a comunidade veste e adorna as imagens e fá-las circular”.

Com 360 anos, Duarte Chaves acrescenta que “há tradições que se preservam” nesta procissão do Santo Cristo dos Terceiros, “como os encapuzados que eram irmãos terceiros penitentes atrás da imagem do Santo Cristo”.

Este domingo, saíram dez andores, com os tradicionais ‘santos de vestir’, carregados por homens e mulheres, o andor do Senhor Santo Cristo dos Terceiros foi precedido de cinco penitentes encapuzados, que transportaram a caveira, as cinzas, o lenho, a lanterna e a corda da flagelação.

A candidatura da Procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros ao Inventário Nacional do Património Imaterial está a ser desenvolvida pela Câmara Municipal da Ribeira Grande e a Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, com o diretor Regional da Cultura dos Açores, e, neste contexto, na procissão deste ano, recolheram imagens e testemunhos.

A procissão do Senhor Santo Cristo dos Terceiros realiza-se desde 1664 com caráter permanente, primeiro pelos Irmãos da Ordem Terceira Franciscana da Penitência, e, com a sua extinção, passou para a Santa Casa da Misericórdia, a partir de 1930, e posteriormente para o município da Ribeira Grande.

A organização da procissão integra os estatutos da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande, destacou o seu provedor lembrando a obrigação estatutária.

“Este ano tivemos um empenho redobrado devido ao trabalho de fundamentação da candidatura, por isso mobilizamos 215 funcionários da Santa Casa e fizemos tudo para que as imagens pudessem sair todas”, explicou Nelson Correia.

O reitor do Santuário Diocesano do Senhor Santo Cristo dos Milagres, o cónego Manuel Carlos Alves, presidiu à Eucaristia, no Museu Vivo do Franciscanismo, antes da procissão, informa o sítio online ‘Igreja’ da Diocese de Angra.

CB/OC

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