Açores: «Catequese e a primeira comunhão não podem ser um preceito social», afirmou bispo de Angra

D. Armando Esteves Domingues disse que a «catequese, a mais urgente, é a família»

Angra do Heroísmo, Açores, 26 abr 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra disse a 150 catequistas da ilha Terceira que têm “uma missão grande e cada vez mais exigente”, salientou que a catequese “tem de estimular a capacidade e a vontade de sermos discípulos”, na Missa.

“A catequese e a primeira comunhão não podem ser vistos como um preceito social, às vezes feito por pressão. A catequese tem de estimular a capacidade e a vontade de sermos discípulos”, disse D. Armando Esteves Domingues, esta quinta-feira, dia 25 de abril, informa o portal diocesano ‘Igreja Açores’.

O bispo diocesano, que presidiu à Eucaristia de encerramento Dia do Catequista da ilha Terceira, afirmou que “a primeira catequese, a mais urgente, é a família”, para que a catequese não seja apenas para receber um sacramento.

“A vossa missão é a missão de toda a Igreja desde o início, uma missão que é de todos e a Igreja dos Açores sente que tem em vós pilares fundamentais para a missão” explicou.

O Dia do Catequista da ilha Terceira, que reuniu 150 catequistas, no Salão Paroquial do Posto Santo, o bispo diocesano pediu iniciativas que “favoreçam a comunhão, garantam o respeito pelo tempo, capacidade e consciência” de cada criança e, “responsabilização e envolvimento das famílias”.

“Muito do futuro da sociedade que nos rodeia passa pela vossa oração, pelo vosso estudo, pela palavra que anunciam, pelo vosso tempo, mas chamai entre vós os que são mais novos para que possam fazer a catequese convosco”, acrescentou.

Foto Igreja Açores/EM

Aos catequistas da Diocese de Angra na ilha Terceira, D. Armando Esteves Domingues destacou que a sua “missão é uma missão grande e cada vez mais exigente”, é preciso que “o anúncio seja respeitoso, que ele seja insculturado”, não “imposto”, e se centre no exemplo de Jesus e “não em aspetos menores”.

“Nem todos são iguais e não devem ser iguais; nós caminhamos uns com os outros e temos de ter um profundo respeito pelas pessoas, do lugar de onde vêm, do caminho que estão a fazer, mesmo que pareçam resistir ao que lhes dizemos e até nos contradigam”, desenvolveu, pedindo que “não tenham medo de quem luta, de quem reage, de quem quer saber mais e questiona”.

Este Dia do Catequista teve como tema ‘Assumir um Ministério é colocar-se ao Serviço’, o bispo de Angra referiu que é preciso que a Igreja valorize mais o ministério laical de catequista e lembrou que o Papa Francisco instituiu este ministério, em maio de 2021, “um caminho a aprofundar” que envolve “homens e mulheres” que têm “esta vocação especial”.

Os catequistas terceirenses refletiram sobre os gestos, atitudes e  ações concretas que devem adotar a partir da sua condição de batizados e confirmados na fé, e que passam pelo estudo da Palavra, pela oração diária e participação ativa na vida da Igreja, pelo respeito pelos outros, pela coerência de vida, ações de caridade, serviço aos mais pobres, cuidado com os doentes, promoção da justiça e busca de santidade, entre outros.

“Quero deixar aqui uma palavra de gratidão ao bispo e à equipa e a todos vós. Foi bom estarmos juntos”, disse o diretor do Serviço Diocesano da Evangelização, Catequese e Missão.

O padre  Jacob Vasconcelos anunciou que a Diocese de Angra vai receber o próximo Encontro Nacional dos Secretariados Diocesanos da Catequese, em “princípio” no final da Quaresma de 2024; a última vez que organizaram este encontro foi em 2003, informa o portal ‘Igreja Açores’.

CB

 

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