Angra do Heroísmo, Açores, 10 dez 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Angra divulgou hoje que a candidatura dos Romeiros de São Miguel ao registo no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial está em discussão pública, durante os próximos 30 dias.
“Decorrendo pelo período de 30 dias a partir da data de anúncio, a consulta pública sobre aquele pedido de inventariação será objeto de divulgação na página eletrónica do Património Cultural e todos os interessados nesta temática poderão dar o seu contributo”, informa a Associação do Movimento Romeiros de São Miguel, em nota divulgada pelo sítio online Igreja Açores, da Diocese de Angra.
O pedido dos Romeiros de São Miguel de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial pretende garantir a “proteção legal desta manifestação cultural”, e este registo pode ser “o primeiro passo para a formalização de uma candidatura mais ampla a Património Imaterial da Humanidade”.
Desde a celebração dos 500 anos das Romarias em São Miguel, em 2022, “têm sido dados passos significativos para essa meta”, acrescenta.
A Diocese de Angra explica que as Romarias Quaresmais são uma das expressões “mais características” da piedade popular em São Miguel, que se realizam todos os anos durante o período das sete semanas da Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa.
Cada grupo de romeiros – o romeiro com um xaile, lenço, bordão e terço – percorre a ilha de São Miguel durante uma semana, visita o maior número de igrejas e ermidas dedicadas a Nossa Senhora, além de outros templos sob outras invocações, sempre com mar pela esquerda, cantando e rezando em todo o percurso, acrescenta o portal online Igreja Açores.
O Movimento Romeiros de São Miguel é uma associação privada de fiéis reconhecida canonicamente que congrega estes grupos de católicos tem um regulamento próprio que deve ser seguido por todos os ranchos e para além da semana da saída, os ranchos devem pautar a sua conduta por um compromisso efetivo e dedicado às comunidades, participando na vida paroquial e social de cada comunidade seja na evangelização, na liturgia e na caridade.
Os ranchos começam o seu itinerário no primeiro sábado da Quaresma e os últimos regressam às suas comunidades na Quinta-feira Santa; durante a semana de romaria, dormem em casas particulares ou em salões paroquiais.
As tradicionais romarias da Quaresma tiveram origem na sequência de terramotos e erupções vulcânicas ocorridas no século XVI na ilha de São Miguel.
O Movimento Romeiros de São Miguel – Associação tem um novo assistente espiritual, o padre Francisco Rodrigues, romeiro e assistente do rancho dos Fenais da Ajuda, nomeado pelo bispo de Angra no dia 20 de novembro deste ano.
A direção do Movimento Romeiros de São Miguel – Associação foi reconduzida para mais um mandato, o quadriénio, 2024-2028, depois de uma eleição que contou com 86%, no dia 9 de novembro, em Vila Franca do Campo; João Carlos Leite, presidente, e Paulo Jorge Amaral, como vice-presidente, foram reeleitos na direção que conta com Paulo César Bulhões Nuno Furtado e David Feijó, são suplentes da direção os romeiros José Medeiros e Pedro Miguel Garcia; para presidente da assembleia-geral foi eleito Rui Melo e para o Conselho Fiscal, Norberto Leite. |
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