Açores: Bispo quer comunidades «atentas aos mais pobres e excluídos da dignidade humana»

«Somos um povo que nasce da Páscoa» – D. João Lavrador

Angra do Heroísmo, Açores, 18 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo de Angra e Ilhas dos Açores afirmou hoje que a comunidade que “se reúne para celebrar a Eucaristia” é uma comunidade “de serviço ao seu irmão”, na Missa da Ceia do Senhor, na catedral diocesana.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, D. João Lavrador disse que se hoje “urge proclamar o Evangelho” da Eucaristia e do domingo também é verdade existe “a necessidade premente” de promover nas comunidades cristãs “a consciência de autênticas comunidades missionárias e ministeriais”.

“Todos aqueles que participam na Ceia Pascal do Senhor renovada em cada domingo na Eucaristia comunitária têm a obrigação de olhar para o mundo, para a cultura e para a sociedade e descobrir os rostos desfigurados pela exclusão, pela pobreza, pela fome, pela miséria e pela injustiça e dobrar-se perante as pessoas vítimas de qualquer condição de indignidade para as servir de modo a elevá-la até à condição digna do ser humano”, desenvolveu.

Na Missa da Ceia do Senhor, o prelado salientou que o gesto de Jesus Cristo “oferece” o sentido mais profundo do que é “a Sua missão enquanto serviço humilde e desprendido aos seus irmãos”.

Na Sé, D. João Lavrador realizou o rito do Lava-Pés e lavou os pés a 12 membros da Confraria do Santíssimo Sacramento, seis homens e seis mulheres.

O bispo de Angra explicou que a celebração de Quinta-feira Santa, que dá início ao Tríduo Pascal, “é tão densa, exigente e interpelante” que “não resta outra atitude” que não seja abandonar “ao serviço prévio de Cristo” que “lava de todos os egoísmos, egocentrismos, autorreferências, critérios mundanos e opiniões pessoais”.

“Para nos entregarmos na verdadeira liberdade, no amor, no serviço e na renovação da mente e do coração que a participação na páscoa do Senhor nos oferece”, acrescentou.

D. João Lavrador realçou que são um povo de peregrinos, “despojados e prontos para partir” e essa foi a “primeira experiência de fé”, que é narrada no livro do Génesis quando relata o “chamamento de Abraão”: “É a condição permanente do Povo crente que aceita o desafio da parte de Deus a partir sempre e a assumir a condição de peregrino em busca do Reino que lhe está prometido e que vive já na Esperança.”

É a Páscoa do Senhor da qual participam, como “povo que nasce da Páscoa”, se configura a Jesus Cristo na Páscoa e que assume a condição de povo pascal.

Recordando o lema do atual ano pastoral – ‘comunidade evangelizada, em comunhão missionária’ – destacou que a comunidade diocesana “tem a obrigação” de descobrir os “dinamismos missionários e evangelizadores que se nutrem da Eucaristia”.

Esta Sexta-feira Santa há Ofício de Leituras e laudes, às 11h00, e a celebração da Paixão do Senhor, às 15h00, à noite, a partir das 20h00 locais (mais uma hora em Portugal continental e na Madeira) está prevista a Via-sacra e a procissão do Senhor Morto, pelas ruas à volta da Sé de Angra.

CB

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