Açores: Bispo de Angra ordena três sacerdotes e pede-lhes para serem «padres de hoje»

D. Armando Esteves Domingues desafiou André Furtado, Leonel Vieira e Rui Pedro Soares a «abrir o coração» e «acompanhar o discernimento vocacional de cada cristão»

Ponta Delgada, Açores, 23 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu esta manhã à celebração de ordenação de três sacerdotes na Igreja de São José, em Ponta Delgada, nos Açores, e pediu-lhes para serem “padres de hoje”.

“Sede padres de hoje, sonhai comunidades cristãs geradas a partir da Eucaristia, do sonho de Jesus Cristo vivo nas Palavras do Evangelho e no amor a todos sem distinção”, afirmou D. Armando Esteves Domingues na homilia, informa o portal Igreja Açores.

O bispo diocesano destacou que “num mundo marcado pela desconfiança em relação às instituições, as pessoas precisam de quem as não disperse ou confunda como acontece com certos críticos do Concílio Vaticano II de que está cheia a Internet ou outros que põem em causa os Papas depois do Concílio, a sua eclesiologia e liturgia”.

“Confirmais hoje, caros André, Leonel e Rui, a vossa vocação, num ‘sim’ que é fruto da maternidade da Igreja e aceitais dedicar todas as energias à missão de evangelizar”, referiu.

Nas primeiras ordenações sacerdotais que presidiu no episcopado em Angra, transmitidas online, D. Armando Esteves Domingues desafiou os novos padres a “abrir o coração” e “acompanhar o discernimento vocacional de cada cristão”.

Foto: Igreja Açores/CR

André Furtado, Leonel Vieira e Rui Pedro Soares são os últimos integralmente formados no Seminário de Angra, restando apenas um, mais novo, que se encontra agora no sexto ano e que optou por ficar em Angra, quando os restantes quatro candidatos ao sacerdócio se deslocaram para o Porto, informa o portal online ‘Igreja Açores’.

“Lembrem-se: onde há harmonia e partilha, as pessoas aprendem a atribuir, não a um ou outro dos seus padres, mas a todos em conjunto, o empenho no êxito da ação pastoral. Se assim for, muitos outros 70 aparecerão e, fiéis ao Espírito Santo, partilharão a missão, ‘porque não a deveis levar sozinhos’!”, disse o bispo.

D. Armando Esteves Domingues enfatizou que todo o “povo de Deus” é necessário para “acolher, estudar e empreender caminhos práticos de sinodalidade”.

“É este o caminho da Igreja na nossa diocese, em unidade com o Papa, aquele por quem nos é garantida a unidade”, indicou, pedindo aos três novos sacerdotes que tenham como único “ideal de vida” Jesus Cristo.

“Coragem, nada por conta própria, tudo com Ele. Sede jovens sem medo de perder a vida por Jesus e por amor aos irmãos, sobretudo os mais frágeis e os últimos; sem medo de serdes santos no caminho da cruz”, incentivou.

Na celebração presidida na Ilha de São Miguel, onde residem as famílias dos novos sacerdotes e de onde dois são naturais, o bispo diocesano falou em esperança ao referir-se a esta disponibilidade vocacional, agradecendo a todos os envolvidos na formação dos novos presbíteros.

“Levai convosco, caros eleitos, esta esperança nestes tempos novos e não a desconfiança dos processos”, pediu D. Armando Esteves Domingues, que saudou as famílias e os restantes seminaristas, bem como as comunidades em geral, sobretudo as de origem dos novos sacerdotes.

O padre Leonel Vieira disse, em declarações ao Sítio Igreja Açores, que espera que esta “seja uma fase de maior configuração a Jesus Cristo” e que as pessoas vejam em nele “um farol”.

“Que eu consiga ser um sinal de Deus no mundo e no coração das pessoas”, desenvolveu o sacerdote, natural das Furnas, que irá continuar a desenvolver o seu sacerdócio junto das comunidades das Fontinhas e da Agualva, na Ilha Terceira, ouvidoria da Praia da Vitória.

Por sua vez, o padre André Furtado, natural da Lagoa, Ilha de São Miguel, deseja ser “um homem capaz de ser a ponte entre Deus e os homens”.

“Vai ser um caminho com dificuldades, mas espero trabalhar para que esta Igreja seja um enorme coração que escuta, presente nas horas de alegria e principalmente nas horas de dor. Como ministro da Igreja devo fazer esta ligação do povo com Deus”, partilhou.

Por último, o padre Rui Soares mostrou-se empenhado nas comunidades e “disponível até ao fim para aquelas que lhe forem confiadas, enquanto Deus” lhe der “saúde e vida”.

A celebração contou com a participação de sacerdotes de praticamente todas as ilhas e foi acompanhada pelo coro litúrgico de São José.

LJ

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