Açores: Bispo coadjutor quer pastoral atenta à «realidade diocesana, da ilha e da paróquia»

D. João Lavrador participa pela primeira vez em sessão plenária do Conselho Presbiteral

Angra do Heroísmo, Açores, 02 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo coadjutor de Angra pediu aos padres da diocese açoriana que sejam capazes de promover uma ação atenta à realidade de cada paróquia, nas várias ilhas.

“O sonho prolonga as nossas capacidades, colocando-nos para além daquilo que achamos que podemos fazer, mas não nos podemos esquecer que os sonhos têm que estar muito em consonância com aquela que é a realidade diocesana, da ilha e da paróquia”, disse D. João Lavrador, citado pelo portal ‘Igreja Açores’.

No Seminário Episcopal de Angra, o prelado recordou que a Igreja nos Açores “não pode” deixar de olhar para a dinâmica da Igreja Universal “acompanhando-a” sempre “presa à realidade específica”.

“Só assim desenvolveremos uma pastoral correta”, sublinhou o bispo coadjutor que está “empenhado em perceber como está a ser vivido e vai ser vivido o Ano Santo da Misericórdia”, referiu.

Segundo o prelado, a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora fez com que “esta vivência” fosse clara para todos mas agora é preciso fazer “uma avaliação” sobre esse tema “absolutamente fundamental”.

“A misericórdia traduz-se nos gestos da vida pastoral e saber como a vivemos, como a traduzimos e a exprimimos nas diferentes dimensões, seja na pastoral seja nos movimentos ou nos sacramentos é muito importante”, desenvolveu D. João Lavrador.

Neste contexto, observou que a vida pastoral tem que “ser envolvida pela misericórdia”, primeiro na relação com Deus e depois com os outros, comparando-a com a teoria dos vasos comunicantes.

“Na teoria dos vasos comunicantes o líquido tem de circular e circula para as pontas. Aqui são os que estão na periferia, os excluídos e por isso, é para eles, que temos de orientar a misericórdia; ela tem de ir para onde há mais necessidade”, explicou.

“A misericórdia não é uma questão de equidade mas uma questão de prioridades e de necessidades”, conclui o bispo coadjutor de Angra.

D. João Lavrador participou pela primeira vez na sessão plenária do Conselho Presbiteral da Diocese de Angra, esta terça-feira, e liderou os trabalhos da manhã.

“Neste momento da sucessão apostólica, por assim dizer, tenho muito interesse em conhecer o que pensam os padres da diocese, quais são os seus sonhos e sobretudo como é que eles devem estar ligados à realidade”, comentou ao sítio informativo da Diocese de Angra.

Segundo o portal na internet, a economia da diocese e “aspetos mais “burocráticos, dominaram” a agenda que juntou os responsáveis das 16 ouvidorias, 12 serviços diocesanos e quatro comissões, para além de elementos da Cúria e representantes dos movimentos eclesiais.

“Discutimos aspetos mais burocráticos mas que são importantes para a vida da diocese e a questão é saber como conseguimos articular e equacionar a liberdade e a transparência sem sobrevalorizarmos as questões financeiras, mas sem as perdermos de vista”, referiu ainda D. João Lavrador.

O Conselho Presbiteral da Diocese de Angra, um “fórum” de aconselhamento do bispo diocesano, decorre esta sexta-feira, no seminário diocesano.

IA/CB/OC

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