«3 Milhões de Nós»: «Ser alguém não é uma coisa para se fazer devagar» – Guilherme Ramos

15 comunicações de 15 minutos deixaram pistas para respostas à pergunta dirigida às culturas juvenis «Então e agora?», desafiando a transformá-la na interpelação «Então, é agora!»

Foto Agência ECCLESIA/PR

Lisboa 04 mar 2023 (Ecclesia) – O projeto ‘3 Milhões de Nós’ desafiou 15 oradores a deixar pistas para a resposta à pergunta «Então e agora?», que tem de ser assumida com “garra”, “pressa” e “começando pelas coisas mais pequenas”.

“«Então e agora?» Temos de ter pressa, de correr para ser alguém, sermos protagonistas, começando pelas coisas mais pequenas”, disse Guilherme Ramos, de 25 anos, que apresentou na edição de 2023 do ‘3 Milhões de Nós’ a razão para não ficar indiferente à pergunta que ecoou na Aula Magna da Universidade de Lisboa durante o dia de hoje.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o conferencista disse que para ser alguém é preciso começar por “organizar a própria vida”, valorizando a “responsabilidade individual” naquilo que cada um faz e vive.

“Mudar o mundo começa por mudar a nossa vida. Não podemos achar que podemos ser capazes de mudar alguma coisa se não arrumarmos o nosso quarto. Se não organizarmos a nossa vida como vamos conseguir organizar a dos outros?”, questionou.

Ser alguém não é uma coisa para se fazer devagar, temos de ter garra, porque somos jovens. Enquanto o nosso corpo nos permite, temos de correr”.

Guilherme Ramos disse que a Jornada Mundial da Juventude vem reforçar a necessidade de “ter pressa” no propósito de cada um ser protagonista da sua própria vida, como Nossa Senhora.

Foto 3MN, Guilherme Guerra

“Também nós queremos ter pressa para sermos protagonistas das nossas próprias vidas, não a dos outros, das nossas próprias vidas, reconhecendo nela as limitações que temos”, sublinhou.

O lançamento do tema da terceira edição do ‘3 Milhões de Nós’ aconteceu após ter sido apresentada a situação geopolítica internacional, o estado do ambiente e o estado da economia; depois, a resposta à pergunta “Então e agora?” foi ensaiada na diferença de ligações entre as pessoas, na diversidade sexual, cultural, política e de ritmos, e na afirmação de compromissos na família, do lugar dos outros, da intervenção cívica e do discernimento.

Guilherme Ramos apontou a necessidade de cada um não se esconder por trás das suas certezas, “de barreiras invisíveis entre o bem e o mal”.

“Todos queremos ser alguém e todos queremos ser felizes. Na vida vamos procurando caminhos diferentes de encontrar essa felicidade. Mas recordemo-nos que o outro, apesar de pensar de forma diferente, está só a tentar ser feliz”, lembrou.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem vídeo dirigida a “três milhões de compatriotas” onde lembrou os desafios dirigidos às culturas juvenis, nomeadamente climáticos, digitais, colocados pelas migrações, os desafios do mundo do trabalho e da mudança do tecido social, afirmando é necessário “saber que toda a realidade existe” e está à espera da resposta dos jovens.

“Eu conto convosco, como pai, avô, professor, cidadão e como presidente da República Portuguesa”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa

Foto Agência ECCLESIA/PR, José Pedro Cobra

O ‘3 Milhões de Nós’ foi encerrado com uma intervenção de José Pedro Cobra, que se referiu ao percurso temático que preencheu todo o dia, afirmando que o desafio é transformar a pergunta “Então e agora?” na interpelação “Então, é agora!”

“É agora! Não é depois, não é no dia em que vou ficar bem. O meu desafio é saber abraçar a vida”, afirmou

José Pedro Cobra disse aos participantes no ‘3 Milhões de Nós’ que, mais do que crescimento, é necessário procurar a harmonia, e mais do que motivação, é necessário ter um propósito.

“Liberdade é fundamental. Mas a liberdade não é um fim, é um meio para podermos ser ‘amor’”, concluiu.

PR

Igreja/Sociedade: Um dia de debates para que «3 milhões de Nós» possam «sonhar e ir mais longe» (c/vídeo)

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