2015: Papa convida a manter esperança após ano marcado por guerras e atos terroristas

Mensagem para o Dia Mundial da Paz lembra avanços da COP21 e Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Cidade do Vaticano, 31 dez 2015 (Ecclesia) – O Papa convida a humanidade a manter a esperança depois de um ano marcado, “do princípio ao fim, por guerras e atos terroristas”, na sua mensagem para o próximo Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2016).

O texto alude às “trágicas consequências de sequestros de pessoas, perseguições por  motivos étnicos ou religiosos”, retomando a ideia de uma ‘terceira guerra mundial aos pedaços’.

“Alguns acontecimentos dos últimos anos e também do ano de 2015, no entanto, incitam-me, com o novo ano em vista, a renovar a exortação a não perder a esperança na capacidade que o homem tem, com a graça de Deus, de superar o mal, não se rendendo à resignação nem à indiferença”, defende Francisco.

Segundo o Papa, estes acontecimentos representam a capacidade de a humanidade “agir solidariamente, perante as situações críticas, superando os interesses individualistas, a apatia e a indiferença”.

O documento, intitulado ‘Vence a indiferença e conquista a paz’, vai servir como base para a celebração do 49.º Dia Mundial da Paz.

Entre os aspetos positivos do ano que passou, Francisco destaca a Cimeira do Clima de Paris (COP21), que procurou “novos caminhos para enfrentar as alterações climáticas e salvaguardar o bem-estar da terra”

O Papa fala ainda da Cimeira de Adis-Abeba, para arrecadação de fundos destinados ao desenvolvimento sustentável do mundo, e à adoção, por parte das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Francisco observa depois que 2015 foi um “ano especial para a Igreja”, nomeadamente por causa do cinquentenário do Concílio Vaticano II.

A este respeito, a mensagem fala em particular de dois documentos – ‘Nostra aetate’ e ‘Gaudium et spes’ – como “expressões emblemáticas da nova relação de diálogo, solidariedade e convivência que a Igreja pretendia introduzir no interior da humanidade”.

“Nesta mesma perspetiva, com o Jubileu da Misericórdia, quero convidar a Igreja a rezar e trabalhar para que cada cristão possa maturar um coração humilde e compassivo, capaz de anunciar e testemunhar a misericórdia, de perdoar e dar, de abrir-se àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais”, acrescenta o Papa.

Francisco apela a uma “atitude de corresponsabilidade solidária” para a construção de uma verdadeira fraternidade.

“Fora desta relação, passaríamos a ser menos humanos. É por isso mesmo que a indiferença constitui uma ameaça para a família humana. No limiar dum novo ano, quero convidar todos para que reconheçam este facto, a fim de se vencer a indiferença e conquistar a paz”, apela.

No início do texto, o Papa manifesta a “convicção” de que Deus “não abandona a humanidade”.

“Com efeito, não perdemos a esperança de que o ano de 2016 nos veja a todos firme e confiadamente empenhados, nos diferentes níveis, a realizar a justiça e a trabalhar pela paz”, sublinha.

OC

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