Vida Ascendente: «Na reforma, que rumo vou dar à minha vida?» – Matilde Pádua

Presidente do Movimento em Portugal aponta que «pessoas que toda a vida foram ativas não podem ficar a pensar na morte»

Lisboa, 26 mar 2022 (Ecclesia) – Matilde Pádua, presidente do Movimento de Vida Ascendente, disse à Agência ECCLESIA que a “vida na reforma fica diferente”, não se pode parar mas “pensar num rumo diferente”.

“A pessoa quando se reforma tem de pensar que rumo vou dar à minha vida, tudo se modifica e há mais tempo, ou fica abatida e muitos ficam deprimidos, sentem as dores, veem os filhos longe e a vida mais pacífica é uma mudança radical, tem de se pensar num rumo diferente”, indica.

A presidente, que assumiu o cargo em novembro de 2021, sente que o Movimento pode fazer a diferença na vida de reformada de cada pessoa.

“A vida ascendente faz com que as pessoas se queiram manter ativas, ajudando os outros, e participando na sociedade e na família, com os princípios de Cristo; temos de dar a conhecer aos outros como é que Cristo viveu, esse é o nosso testemunho”, explica.

O movimento destina-se a pessoas reformadas, “acima dos 50 anos” mas “abrem a porta a todos” que queiram viver a “reforma de fora diferente, tendo alguma atividade”.

“A sociedade atual está muito fora de Deus e Deus foi substituído pelo ter, poder e prazer; quando alguém se aproxima de nós fazemos mostrar que através da interajuda a vida é diferente”.

Matilde Pádua, formada em finanças, tem 75 anos e encontrou no Movimento de Vida Ascendente uma forma diferente de viver, “estando ao serviço dos outros” e mostrando a finalidade do movimento.

As pessoas que toda a vida foram ativas não podem ficar a pensar na morte, essa é uma passagem, da vida ativa à vida infinita, com Deus, mas para passar de um lado para outro pode ser difícil, perdem-se qualidades, memória, às vezes o andar ou a visão, têm-se dores, vem as doenças, mas ninguém se convence disto”.

Para a Presidente do Movimento de Vida Ascendente em Portugal o “ânimo” é um grande segredo que advém deste movimento, “onde as dores passam a ser suportáveis, os amigos fazem-nos companhia e os que estão doentes animam-se”.

Com o tempo de pandemia e consequentes confinamentos, os membros do movimento não se conseguiam reunir presencialmente mas Matilde Pádua, do patriarcado de Lisboa, foi “aprender” noções do ambiente digital e aconteceram encontros online.

Foto: Agência ECCLESIA/MC – Matilde Pádua

“Antes da pandemia eram mais de 700 membros e durante a pandemia fizemos algumas reuniões online, onde as pessoas ficavam muito contentes de se verem umas às outras”, conta.

O Movimento de Vida Ascendente reúne-se nas paróquias e está presente nas dioceses de Algarve, Angra, Aveiro, Beja, Braga, Bragança-Miranda, Coimbra, Évora, Funchal, Guarda, Leiria-Fátima, Lisboa, Portalegre-Castelo Branco, Porto, Santarém, Setúbal, Viseu e Vila Real.

O mote “Voltar à Vida”, onde esta entrevista se enquadra, é a base do programa de rádio ECCLESIA, deste sábado, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, ficando disponível depois online.

SN

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