Viana do Castelo: Bispo aponta a maior consciência do que é «ser Igreja diocesana», em ciclo comemorativo

Diocese celebra 50 anos em 2027, ano em que será feita uma proposta em ordem ao futuro diocesano, como resultado do trabalho desenvolvido no próximo triénio

Viana do Castelo, 06 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo, D. João Lavrador, espera que o triénio comemorativo dos 50 anos da diocese dê origem a um maior conhecimento do território diocesano e das comunidades.

“No geral, não há consciência de diocese. A diocese é vista em termos jurídicos, é vista em termos de autoridade, é vista apenas a nível sociológico e falta-lhe a característica teológica ou eclesial e pastoral, portanto, e é esse o trabalho que nós temos de fazer”, defendeu D. João Lavrador, esta terça-feira em declarações à Agência Ecclesia.

D. João Lavrador considera que é preciso descobrir a Diocese de Viana do Castelo, caracterizando-a como “a grande desconhecida”.

“Nós nunca vamos ter uma renovação aceitável da igreja, das comunidades, dos movimentos, dos grupos, das instituições, se nós não propusermos a centralidade na Igreja Diocesana”, salientou o bispo diocesano.

O responsável católico sublinha que enquanto não for aprofundada a consciência do que é ser Igreja diocesana, “tudo o resto fica no vazio”.

A Diocese de Viana do Castelo celebra 50 anos em 2027 e vive até lá um triénio comemorativo que aponta ao futuro, com três linhas de ação renovadoras: Ser Comunidade à maneira dos Apóstolos – Evangelizadora de «portas abertas»; Ser Fermento Evangélico no Mundo – Evangelizar em diálogo com o mundo, integradora e em saída; Ser comunidade, em Contínua Renovação Evangélica – Portadora da Boa Nova – Fiel a Jesus Cristo e ao Homem.

O bispo de Viana do Castelo fala que estas realidades vão ser depois concretizadas na prática pastoral, tendo em vista o que é preciso alterar, aquilo que tem de continuar e o que precisa de ser renovado.

“Tudo isso agora tem que ser esmiuçado, podemos assim dizer, para que corresponda àquilo que nós pretendemos. De maneira que cheguemos ao 2027, e entre outros acontecimentos que irão marcar este ano, será uma proposta feita à Diocese em ordem ao futuro”, indica.

No domingo, o bispo diocesano celebrou a Missa que assinalou os 47 anos da diocese e deu início ao triénio do jubileu diocesano, durante a qual foi entregue uma árvore a cada paróquia.

“[Árvore simboliza] o crescimento que nós somos chamados a fazer nesta diocese, na comunidade, o crescimento numa consciência abrangente do que é a vida hoje, eclesial, e de uma igreja, de uma comunidade”, que “tem que estar atenta aos sinais de Deus em tudo”, afirmou.

A celebração incluiu também um momento de ofertório especial, à semelhança dos outro anos, onde todas as paróquias se fizeram representar na Sé com os contributos que recolheram junto das suas comunidades para a Diocese.

“Este gesto não deve desaparecer, porque é uma relação única de partilha entre as paróquias da diocese”, referiu.

A Diocese de Viana do Castelo foi criada pelo Papa Paulo VI, através da Constituição Apostólica “Ad Aptiorem Populi Dei”, de 3 de novembro de 1977, e vai celebrar os 50 anos da criação, durante os próximos três anos, até 2027.

OC/LJ

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