Vaticano: «Recebemos a graça de nos tornarmos filhos de Deus para viver no amor», salientou o Papa em reflexão sobre a «lei» (c/fotos e vídeo)

Francisco desenvolveu o tema «o valor propedêutico da lei», na audiência geral de quarta-feira

Cidade do Vaticano, 18 ago 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco refletiu hoje sobre o “papel da lei”, a partir da carta de São Paulo aos Gálatas, e incentivou a pensar que “a graça” de ser filhos de Deus é “para viver no amor”.

“Far-nos-á bem perguntar se ainda vivemos no período em que precisamos da Lei, ou se estamos bem conscientes de que recebemos a graça de nos tornarmos filhos de Deus para viver no amor”, disse Francisco no encontro realizado na Sala Paulo VI.

Na audiência geral desta quarta-feira, que reuniu cerca de dois mil fiéis e peregrinos na Sala Paulo VI, o Papa incentivou a refletir sobre como vivem, se “com medo” de ir para o inferno, se não fizerem alguma coisa ou com a esperança, “com aquela alegria da gratuidade da salvação em Jesus Cristo”.

“Esta é uma boa pergunta. E também a segunda: desprezo os Mandamentos? Não, observo-os, mas não como absolutos, porque sei que o que me justifica é Jesus Cristo”, acrescentou.

‘O valor propedêutico da lei’ foi o tema da quinta catequese do Papa dedicada à Carta de São Paulo ao Gálatas.

“São Paulo entendeu muito bem o que significava a salvação, ensinou-nos que os filhos da promessa, todos nós justificados por Jesus Cristo, não estão sobre o vínculo da lei mas são chamados ao estilo de vida exigente na liberdade do Evangelho”, explicou, realçando que a lei existe mas “existe de outra forma, a mesma Lei, os Dez Mandamentos”.

Francisco assinalou que os “mandamentos devem ser observados”, mas não “fazem justiça” porque “existe a gratuidade de Jesus Cristo” é o encontro com Jesus que “justifica gratuitamente”.

“O mérito da fé é receber Jesus, o único mérito abrir o coração. E o que fazemos com os Mandamentos? Devemos observá-los, mas como uma ajuda ao encontro com Jesus Cristo”, desenvolveu.

O Papa explicou que São Paulo sugere que os cristãos dividem a história da salvação, e também a própria história pessoal, em dois momentos: “Antes de se tornarem crentes e depois de terem recebido a fé”, no centro está a morte e ressurreição de Jesus.

Neste contexto, acrescentou que, partindo da fé em Cristo, há um “antes” e um “depois” em relação à própria Lei, a história anterior é determinada pelo facto de estar “sob a Lei”, segundo o apóstolo “é como quando se está vigiado, preso, uma espécie de custódia preventiva”, de Moisés até à vinda de Jesus e “perpetua-se quando se vive em pecado”, e a história subsequente que deve ser vivida seguindo o Espírito Santo.

Na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa pediu para não esquecerem que “todo o batizado está chamado a viver na liberdade dos filhos de Deus”.

“É o Espírito Santo que vos tornará capazes de viver e testemunhar a vossa fé com alegria e generosidade”, acrescentou Francisco.

CB

 

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