Vaticano: Papa presidiu a festa de jovens, evocando «nuvens» da guerra e da Covid-19, que «esperam a luz da Páscoa» (c/fotos)

Encontro com dezenas de milhares de adolescentes italianos decorreu na Praça de São Pedro, após anos de limitações impostas pela pandemia

Cidade do Vaticano, 18 abr 2022 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje a uma peregrinação que reuniu dezenas de milhares de participantes, na Praça de São Pedro, evocando as “nuvens” da guerra e da Covid-19 que “esperam a luz da Páscoa”.

“Jesus venceu as trevas da morte. Infelizmente, as nuvens que escurecem nosso tempo ainda são densas. Além da pandemia, a Europa vive uma guerra terrível, enquanto continuam em muitas regiões da terra as injustiças e a violência, que destroem a humanidade e o planeta”, alertou.

‘Seguimi’ (Segue-me) é uma peregrinação organizada pela Conferência Episcopal Italiana, que reuniu de cerca de 80 mil adolescentes, com idades entre os 12 e os 17 anos, acompanhados por 60 bispos e dezenas de sacerdotes, religiosos e religiosas, educadores e líderes de associações, movimentos e comunidades.

Francisco recordou o dia 27 de março de 2020, quando presidiu a um momento de oração, sozinho, pelo fim da pandemia, para falar de um cenário muito diferente, esta tarde, no fim de um “jejum”.

“Hoje, graças a Deus, vocês estão aqui, juntos, vindos de toda a Itália, no abraço desta praça e na alegria da Páscoa que acabamos de celebrar”, indicou.

Há momentos em que a vida nos põe à prova, nos faz tocar as nossas fragilidades e nos faz sentir nus, desamparados, sozinhos. Quantas vezes, durante este período, se sentiram sozinhos, longe dos amigos?

O acolhimento, na Praça de São Pedro, contou com momentos de música e testemunhos de fé, antes da chegada de Francisco, em papamóvel; a celebração prossegue com comentários dos participantes à passagem do capítulo 21, 1-19 do Evangelho de São João, uma aparição de Jesus ressuscitado aos seus discípulos.

Samuel falou de um “momento muito sombrio” na sua vida, por volta dos 13 anos, quando teve de ser operado por causa de uma doença cardíaca muito grave; Alice falou da morte da sua avó e Sofia recordou a “escuridão” que sentiu depois da pandemia, com momentos em que questionou a sua fé.

A multidão ouviu ainda o testemunho de Mattia Piccoli, um adolescente de 12 anos, agraciado em dezembro de 2021, pelo presidente da Itália, por ajudar o seu pai que foi afetado, aos 40 anos, por Alzheimer precoce.

O Papa convidou os jovens a imitar o “mergulho” de Pedro, ao ver Cristo, sem medo da “vida”, procurando ajuda nos momentos de dificuldade.

“Não tenham medo da vida, por favor! Tenham medo da morte, da morte da alma, da morte do futuro, do fechamento do coração: tenham medo disso. Mas da vida, não: a vida é bela, a vida para se viver, para a dar aos outros, a vida é para se partilhar com os outros, não para a encerrar, fechada em si mesma”, realçou.

O cardeal Gualtiero Bassetti, presidente da Conferência Episcopal Italiana, aludiu ao impacto da Covid-19, na sua saudação inicial, falando num dia “muito especial”.

“A alegria de hoje não deve fazer com que esqueçamos o cansaço e o sofrimento dos últimos meses”, apontou.

Durante o encontro, Francisco e os participantes rezaram pela paz, perante um ícone da Virgem Maria, junto do qual, simbolicamente, um grupo de adolescentes acendeu uma lâmpada.

“Ide em paz e sede felizes, todos vós. Em paz e com alegria”, concluiu.

OC

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