Vaticano: Papa diz que há falta de compromisso para travar crise climática

Francisco fala das «saudades» de andar nos transportes públicos e antecipa Jornada Mundial das Crianças, em nova entrevista

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 02 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa considera que os governos mundiais “não fizeram o suficiente” para travar crise climática, desde a cimeira de Paris, em 2015, ano em que publicou a sua encíclica ecológica e social ‘Laudato Si’.

O alerta é lançado numa entrevista de Francisco á revista ‘La Freccia’, da Trenitalia, antecipada pelo portal de notícias do Vaticano.

“A crise exige o envolvimento de todas as pessoas: toda a sociedade deve exercer uma pressão saudável, porque cabe a cada família pensar que o futuro dos seus filhos e filhas está em jogo”, acrescenta.

A conversa projeta a I Jornada Mundial das Crianças, convocada pelo Papa, que vai decorrer em Roma entre 25 e 26 de maio.

Segundo Francisco, “os mais jovens guardam um sentido de beleza ainda intacto”.

“Observemo-los e escutemo-los, se o fizermos, eles tornar-nos-ão adultos conscientes disso”, acrescenta.

O Papa quis sublinhar a importância da utilização dos transportes públicos e de meios amigos do ambiente, como o comboio.

“É fundamental mudar os nossos estilos de vida, para salvaguardar a Casa Comum”, refere.

O primeiro pontífice da América Latina recorda a sua cidade natal, Buenos Aires, e confessa: “Sempre gostei de andar de transportes públicos”.

“É um modo de estar entre as pessoas, de sentir o seu calor e as suas preocupações. Durante o ensino secundário, apanhei o comboio todos os dias de Flores para Floresta, dois bairros de Buenos Aires. Hoje é um dos hábitos de que mais sinto falta”, admite.

Sublinhando a importância do diálogo entre gerações, o Papa diz que “educar significa acompanhar os mais pequenos” até ao momento em que eles sentem que podem fazer a viagem “sozinhos”.

“A viagem é uma metáfora da vida. E é nossa tarefa este cuidado quotidiano das relações. Saber estar perto do outro, deixando-o permanecer ele mesmo”, prossegue.

OC

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