Vaticano: Papa apela a «diplomacia da cultura» perante «perigoso» conflito global

Audiência assinalou 70.º aniversário do Comité Pontifício para as Ciências Históricas

Cidade do Vaticano, 20 abr 2024 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje, no Vaticano, a uma “diplomacia da cultura”, que ajude a superar o “perigoso” conflito que ameaça a humanidade.

“Aquilo a que eu chamaria diplomacia cultural é muito muito atual e cada vez mais necessária, hoje em dia, no contexto do perigoso conflito mundial ao bocados que está em curso, perante o qual não podemos ficar de braços cruzados”, disse, numa audiência que assinalou 70.º aniversário do Comité Pontifício para as Ciências Históricas (Santa Sé).

Francisco destacou o valor do encontro e colaboração entre investigadores de várias culturas e religiões, pedindo que decorre no respeito pela verdade e seja livre de ideologias, que “matam”.

O Comité Pontifício para as Ciências Históricas, que tem como delegado o bispo português D. Carlos Azevedo, foi criado por Pio XII, em 1954.

“Convido-vos a prosseguir o trabalho de investigação histórica, abrindo horizontes de diálogo, onde possais levar a luz da esperança do Evangelho, aquela esperança que não desilude”, pediu Francisco aos participantes na audiência.

Segundo o Papa, a “dinâmica multicultural” deste organismo pontifício promove a “busca da verdade histórica à escala global, num espírito de diálogo com diferentes sensibilidades historiográficas e múltiplas tradições de estudo”.

Fracisco citou São Paulo VI que, em 1967, dirigindo-se a historiadores, indicava um ponto de encontro “entre a verdade religiosa de que a Igreja é depositária” e “a verdade histórica”.

No encontro e na colaboração com investigadores de todas as culturas e religiões, podeis oferecer um contributo específico para o diálogo entre a Igreja e o mundo contemporâneo”.

Segundo o Papa, a Igreja quer ajudar todos a “construir juntos a civilização do encontro”, que se opõe à “incivilidade do confronto”, alimentada pelas “tentações da autorreferencialidade individualista” e da “afirmação ideológica do próprio ponto de vista”.

“Que os vossos estudos históricos façam de vós mestres em humanidade e servidores da humanidade”, conclui Francisco.

OC

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