Vaticano: «O pior para um educador é não arriscar», disse o Papa aos capelães e líderes da Pastoral Universitária, incentivando-os a «sonhar», como os jovens

Francisco pediu que mantenham a esperança de que «as maravilhas florescem»

Cidade do Vaticano, 24 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje capelães e responsáveis da Pastoral Universitária nas Universidades Católicas, no encerramento da conferência ‘Rumo a uma Visão Poliédrica’, e recomendou três atitudes, apreciar as diferenças, acompanhar com o cuidado e agir com coragem.

“Os jovens devem sonhar e vocês devem fazer todo o possível para sonhar, aspirando às proporções de Cristo, à altura, à largura e à profundidade do seu amor (cf. Ef 3,17-19). Desejo que vocês sempre cultivem, na vida e no ministério, a confiança ousada daqueles que creem”, disse Francisco, numa intervenção divulgada pelo Vaticano.

O Papa destacou que “Aquele que dá a coragem para ir em frente” é o Espírito Santo, por isso, devem pedir que lhes “dê essa coragem”: “O Espírito Santo, o ‘Grande Oculto’ na Igreja, é Ele quem nos dá força, a coragem”.

“O pior para um educador é não arriscar. Quando não se arrisca, não há produtividade, é uma regra; É a coragem dos primeiros discípulos, é a virtude dos ‘pobres em espírito’ (Mt 5,3), daqueles que, sendo necessitados de misericórdia, imploram a graça sem medo e, em sua indigência, amam sonhar grande”, desenvolveu.

‘Rumo a uma Visão Poliédrica’ foi o tema da conferência de dois dias, que terminou hoje na audiência com o Papa, para capelães e responsáveis da Pastoral Universitária nas Universidades Católicas – 44 países -, organizada pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, presidido pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça.

Na Sala do Consistório, Francisco recebeu um grupo de 200 pessoas e destacou que esta presença “transmite o eco das vozes” dos estudantes, dos professores, de toda a comunidade universitária, que também tem abraçado “os muitos jovens para os quais o direito de estudar ainda representa um privilégio inacessível, como os mais pobres e os refugiados”.

A partir do tema ‘Rumo a uma visão poliédrica’, o Papa explicou que o poliedro “não é uma figura geométrica fácil, tem uma qualidade irregular, “como a própria realidade, às vezes”, e afirmou que ter uma visão poliédrica “implica treinar os olhos para captar e apreciar” as diferenças.

“Cada pessoa deve ser aceite como é e, a partir daí, o diálogo começa, a partir daí, o caminho, a partir daí, o progresso”, referiu.

O Papa pediu aos capelães que “não desanimem”, em relação aos desafios formativos que “encontram todos os dias, no contacto com pessoas, culturas, situações, afetos e pensamentos tão diferentes” e, às vezes, problemáticos, mas “cuidem deles, sem procurar resultados imediatos”.

“Mas com a esperança certa de que, ao acompanhar os jovens com proximidade e ao rezar por eles, as maravilhas florescem. Mas não florescem da uniformidade: prosperam precisamente com as diferenças, que são a sua riqueza”, realçou, tendo explicado que o Senhor ensina “exatamente essa arte do cuidado”.

Francisco destacou que esta proximidade também foi manifestada por alguns participantes desta conferência que “contribuíram financeiramente” para que quem tinha “menos possibilidades” pudessem participar neste encontro em Roma, e “com aquele pudor que a esmola cristã tem”.

“Mantenham essa grandeza de espírito ao doar, mas também o pudor na maneira de fazê-lo. Isso é muito bonito”, assinalou aos participantes da conferência ‘Rumo a uma visão poliédrica’ do Dicastério para a Cultura e a Educação.

CB/OC

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