Jornadas Missionárias 2005 As Jornadas Missionárias 2005 decorreram em Fátima, no Centro Paulo VI, de 16 a 18 de Setembro, com o tema «Eucaristia e Missão». Dos mais de meio milhar de participantes, mais de centena e meia eram jovens. O evento foi uma experiência de multiculturalidade testemunhada pelas expressões de cultura e de fé dos participantes, vindos de todos os continentes. Os participantes prestaram uma homenagem a três cristãos de relevo que faleceram em 2005: o Papa João Paulo II, a Irmã Lúcia e o Irmão Roger de Taizé. O Documento de Trabalho para o Sínodo dos Bispos sublinha que «a Eucaristia é o coração pulsante da missão; é a sua fonte autêntica e o seu único fim. Daí que os cristãos devam afirmar a dimensão missionária da Eucaristia» (n.ºs 88-89). Analisando os inquéritos sobre a frequência dominical, de 1977, 1991 e 2001, nota-se uma diminuição progressiva de praticantes. Esta realidade desafia-nos a dedicar mais atenção ao que significa ser cristão hoje, às implicações morais e sociais da Eucaristia e aos modos de transmissão da fé. A história ensina-nos que a celebração da Eucaristia, ao longo dos tempos, tem sido uma fonte de dinamismo missionário. O que mais contribuiu para a vitalidade do cristianismo foi a sua humanidade. Num mundo em que a obsessão da economia é dominante, a Eucaristia é um desafio à partilha permanente. Daí a urgência de encontrar novas formas de partilha nas nossas comunidades eucarísticas. Não podemos ficar apenas pelo pão da terra e pelo pão do amor. Temos que trabalhar por um mundo mais justo. A Eucaristia é uma interpelação profética contra as fomes do nosso mundo: fome de pão, de cultura, de justiça, de paz, de amor, de ternura, de alegria, de esperança e de fé. Compete aos cristãos serem autores e promotores desta partilha. A Eucaristia tem um cariz comunitário e difusivo. Deve ser fruto de uma verdadeira iniciação cristã. Sentimos o desafio de acolher a necessidade de re-evangelizar os baptizados e de redescobrir a importância de ser sujeitos da evangelização. A Eucaristia não se entende nem se vive sem as margens da vida em que nasceu e se desenvolve hoje. É celebração ‘situada’ e ‘sofrida’ na história de um povo em peregrinação pelas margens. É urgente passar da Ceia do Senhor ao Senhor da Ceia. Viver hoje a missão é ultrapassar continuamente fronteiras que envolvem e separam as línguas, as etnias, as culturas e as religiões. A Eucaristia é o sacramento que nos abre para os caminhos da solidariedade, do diálogo e da caminhada com os pobres. Fátima, 18 de Setembro de 2005
