Solidariedade: Organizações de ajuda a refugiados manifestam apoio ao Governo português para acolhimento de ucranianos

JRS Portugal e PAR «consideram essencial a definição de uma estratégia de intervenção humanitária»

Foto: Cáritas Ucrânia

Lisboa, 24 fev 2022 (Ecclesia) – O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS Portugal) e a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) mostraram-se hoje disponíveis para apoiar o Governo português no acolhimento de refugiados ucranianos, apelando a uma “resolução pacífica” do conflito na região.

“Não perdendo nunca a esperança na diplomacia, consideramos essencial a definição de uma estratégia de intervenção humanitária em defesa das vítimas do conflito armado”, referem, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, alegando a necessidade de proteger os habitantes das províncias separatistas ucranianas, que reconheceu como independentes.

Em solidariedade para com os cidadãos ucranianos, JRS Portugal e PAR apelam a uma “resolução pacífica deste conflito” e ao acolhimento de requerentes de proteção internacional ucranianos na União Europeia.

“Sabemos que as maiores vítimas são civis, homens, mulheres e crianças inocentes, e não podemos ignorar o seu sofrimento, nem tampouco aceitar que interesses económicos e territoriais se sobreponham à sua dignidade humana”, acrescentam as duas organizações.

O Serviço Jesuíta aos Refugiados e a Plataforma de Apoio aos Refugiados assinalam que estão “ao lado do governo português na assistência aos cidadãos ucranianos”, e estão disponíveis para “colaborar na definição de uma estratégia humanitária”, nomeadamente, mobilizando a sociedade civil e os seus recursos para o reforço das condições de acolhimento em Portugal.

“Todos nós temos um papel essencial na criação de condições de acolhimento em Portugal. A resposta portuguesa à crise humanitária do Afeganistão provou que, quando a sociedade civil e o governo se unem, centenas de vidas podem ser salvas. Não tenho dúvidas que, uma vez mais, honraremos os nossos valores, os nossos princípios e a nossa História”, desenvolveu o diretor-geral do JRS e coordenador da PAR, André Costa Jorge.

O comunicado considera que Portugal, “uma vez mais, se mostrou do lado certo da História” ao decidir flexibilizar a emissão de vistos a cidadãos ucranianos que “pretendam procurar proteção internacional” no país e destacam o “exemplar ato de solidariedade” e a inequívoca vontade de proteger os mais vulneráveis.

As duas organizações apelam também às instituições da União Europeia para que apoiem rapidamente os estados-membros na definição de uma “estratégia comum de acolhimento”, para responderem “adequadamente à situação de emergência humanitária na Ucrânia”.

“É absolutamente fundamental que se criem e implementem vistos e corredores humanitários, de forma a poupar tantas vidas quanto possível”, identifica.

As declarações a favor da paz e os apelos ao fim da guerra na Ucrânia têm sido variados ao longo desta quinta-feira, de instituições e organizações, como a Conferência Episcopal Portuguesa, a Confederação Internacional da Caritas, o Conselho das Igrejas Ucranianas, e diversas pessoas, nomeadamente, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal português D. José Tolentino Mendonça, ou o presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa.

CB/OC

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