Francisco assinalou que a periferia «está a crescer» e o centro do poder, da riqueza, está a encolher «cada vez mais»
Cidade do Vaticano, 02 out 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse que “não há democracia com a fome, não há desenvolvimento com a pobreza e justiça com desigualdade”, numa mensagem ao capítulo argentino do Comité Pan-Americano de Juízes para os Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana.
“A periferia está a crescer e o centro do poder, da riqueza, está encolhendo cada vez mais. A maior parte do dinheiro e das oportunidades beneficia poucas pessoas enquanto a maioria sofre com a pobreza”, afirmou Francisco, divulgou hoje o portal ‘Vatican News’.
Na mensagem vídeo, para o encontro online que se realizou dias 30 de setembro e 1 de outubro, o Papa pediu para não esquecerem que “o primeiro compromisso para o Estado é a felicidade das pessoas”, por isso, é importante ter em atenção as “necessidades essenciais do povo”, os “três T’s: teto, terra e trabalho”.
“Nunca perca de vista que não há democracia com a fome, não há desenvolvimento com a pobreza, e muito menos justiça com desigualdade”, disse ao capítulo argentino do Comité Pan-Americano de Juízes para os Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana.
O Papa pediu aos juízes para procurarem sempre “o bem do país”, assinalou que os altos níveis de pobreza são o indicador mais claro “da injustiça distributiva que prevalece no mundo”, são sinal das falhas encontradas na “implementação dos direitos mais básicos”.
Francisco lembrou que a pandemia Covid-19 tornou ainda mais agudos os “terríveis cenários sociais”, por isso, “respostas criativas e eficazes” são urgentemente necessárias para milhões de pessoas.
Em particular foram analisados os direitos sociais na Argentina e o Papa sublinhou o pedido aos juízes argentinos que procurem “o bem” do país “e, sobretudo, o bem do povo”.
O portal ‘Vatican News’ contextualiza que o Comité Pan-Americano de Juízes para os Direitos Sociais e a Doutrina Franciscana foi formado no Vaticano, em 2019, inspirado no magistério do Papa Francisco, e está em estreita relação com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
CB