Roma: Diocese celebrou Missa por Bento XVI

«Quem acredita, nunca está só, mesmo na velhice, mesmo na doença» – Cardeal Angelo De Donatis

Foto: Vatican Media

Roma, 30 dez 2022 (Ecclesia) – O cardeal Angelo De Donatis, vigário do Papa para a Diocese de Roma, presidiu hoje a uma Missa por Bento XVI, Papa emérito, na Basílica de São João de Latrão.

“Como família diocesana, unimo-nos em oração para sustentar o nosso querido bispo e Papa emérito Bento XVI, no momento da luta e da provação”, declarou o responsável, no início da cerimónia, transmitida pelos canais do Vaticano.

A celebração, na festa litúrgica da Sagrada Família, reuniu vários responsáveis da diocese romana e da Santa Sé, incluindo o esmoler pontifício, cardeal Konrad Krajewski.

Na sua homilia, D. Angelo De Donatis referiu que um crente tem a capacidade de “confiar em e confiar-se a Deus”.

“Neste momento particular da vida de Bento XVI, estamos aqui para o sustentar, com a nossa oração confiante. Sustentá-lo com todo o nosso afeto, exprimindo a Deus a gratidão desta diocese, que ele amou e ama, que amou tanto e serviu com um amor desinteressado”, acrescentou.

O cardeal evocou o Papa emérito como alguém que sublinhou o “primado da Palavra de Deus”, um “colaborador da verdade e da alegria, do amor a Cristo e à Igreja”.

“Quem acredita, nunca está só, mesmo na velhice, mesmo na doença”, apontou o vigário do Papa para a Diocese de Roma.

O presidente da celebração citou uma passagem do livro-entrevista ‘Últimas conversas’ (2016), de Peter Seewald, no qual Bento XVI respondeu a questões sobre a forma como encarava a morte, preparando-se para “ultrapassar o último exame diante de Deus”.

“Tenho sempre em mente o facto de que a vida terá um fim. Tento preparar-me para esse momento e, sobretudo, manter-me presente. No fundo, o importante não é imaginar, mas viver ciente de que toda a vida aponta para um encontro”, indicou o Papa emérito.

No fim da Missa, depois da bênção, o cardeal de Donatis rezou junto à imagem da Virgem Maria, por Bento XVI, “para que aquela que prometeu estar ao lado de seus filhos, no tempo da prova, o ampare e console na luta”.

Joseph Ratzinger nasceu em Marktl am Inn (Alemanha), no dia 16 de abril de 1927, um Sábado Santo, tal como acontece em 2022, e passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da Áustria.

Juntamente com o seu irmão Georg, foi ordenado padre a 29 de junho de 1951; dois anos depois, doutorou-se em teologia com a tese ‘Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho’.

No dia 19 de abril de 2005 foi eleito como o 265.º Papa, sucedendo a João Paulo II; a 11 de fevereiro de 2013, Dia Mundial do Doente e memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, anunciou a renúncia ao pontificado, com efeitos a partir do dia 28 do mesmo mês, uma decisão inédita em quase 600 anos de história na Igreja Católica.

Esta tarde, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, informou que o Papa emérito Bento XVI se encontra em situação clínica “estacionária”, após o agravamento do seu estado de saúde, nos últimos dias.

“Ontem [quinta-feira] à noite o Papa emérito pôde descansar bem. Ontem à tarde também participou na celebração da Santa Missa, no seu quarto. No momento atual, a sua condição é estacionária”, indicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, em comunicado enviado aos jornalistas.

Na última quarta-feira, Francisco pediu orações por Bento XVI, de 95 anos, afirmando que o seu antecessor se encontra “muito doente”.

“Gostaria de pedir-vos a todos uma oração especial, pelo Papa emérito Bento [XVI], que no silêncio está a sustentar a Igreja. Recordai-o, está muito doente, pedindo ao Senhor que o console e o sustente, neste testemunho de amor à Igreja, até ao fim”, declarou o Papa, na audiência pública semanal, que decorreu no Auditório Paulo VI.

OC

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